Edénei Brizot abre hoje, no Solar do Barão, a exposição Rosas Negras, que reúne 200 esculturas de madeira para serem fixadas na parede, produzidas ao longo de quatro anos. As esculturas são dos mais variados formatos e dimensões. Variam desde 2 cm até 2 m de altura, largura ou profundidade. Cada obra possui uma expressão individual que é enriquecida pelas demais, transformando-se em um conjunto, assim como um jardim.
Rosas Negras ganhou vida no solo fértil da arte quando a artista recebeu de presente um buquê de rosas que secaram e adquiriram uma cor escura, quase preta. ?Este trabalho associa emoção à beleza de sentimentos?, explica Edénei, que sempre teve como principal impulso criador os sentimentos.
A inspiração em utilizar troncos de árvores para esta composição vem da época em que a artista trabalhava na gravura, em 1984, e já era apaixonada pela madeira. ?Basta olhar um galho, um tronco que me fale ao coração para que eu o recolha. Nunca comprei madeiras para fazer a minha arte. Resgato madeiras agredidas e abandonadas. Minha atitude como artista é transformá-las para que retornem à beleza ou que contenham a harmonia da natureza?, conta. As Rosas Negras foram feitas de eucaliptos, fícus, garapeiras, imbuias de Coronel Freitas (SC), onde nasceu, até cedros e pedaços de móveis encontrados nas calles de Madrid, onde morou.
A estrutura básica das esculturas é formada por cortes transversais de troncos, como nas matrizes usadas para a xilogravura de topo, nas quais a artista interfere com formões, buris e outros instrumentos de corte que criam sulcos, linhas, texturas ou vazios para revelar a obra.
A cor, elemento expressivo na obra, é resultante da utilização de tinta a óleo, aplicada em tons vibrantes ou opacos, que ora destacam as marcas e linhas originais da superfície, ora cobrem, para realçar a forma, sempre respeitando a madeira que lhe serve como suporte.
Poesia visual
Às rosas estão associadas palavras que lhes inserem um sentido poético: Rosa Abraço, Rosa Tango, Rosa Volúpia, Rosa Transformação, Rosa Secreta, Rosa Suprema. É um jardim de formas, cores e poesia visual, com alma feminina e de aparência delicada e ao mesmo tempo de estrutura forte e determinada.
Além da exposição, que tem a curadoria da crítica de arte Nilza Procopiak, Rosas Negras será lançada como catálogo, com 212 páginas, que mesclam fotografias PB e coloridas, de Nego Miranda e projeto gráfico de Sílvia Sganzerla.
Rosas Negras de Edénei Brizot. Onde: Centro Cultural Solar do Barão – Rua Carlos Cavalcanti, 533.
Quando: De 7 de agosto até 23 de setembro de 2007. Terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 18h. Sábado e domingo, das 12h às 18h.
