O ator Hugh Laurie planejava usar um pseudônimo para lançar, em 1996, o romance de espionagem “O Vendedor de Armas”. Mas seu agente o convenceu de que não havia mal nenhum em garantir a venda de alguns exemplares entre fãs que ele já havia conquistado por mérito próprio. Com o detalhe de que, na época, o britânico era conhecido fora da Inglaterra apenas por pequenos papeis nos filmes “Razão e Sensibilidade” (1995) e “101 Dálmatas” (1996).

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Eram de fato tempos bem diferentes. Na edição que chega agora às livrarias brasileiras (Planeta, 288 págs., R$ 39,90), o nome Hugh Laurie aparece com mais destaque inclusive que o título da obra na ostensiva capa cor de abóbora. Há também uma foto do ator ocupando toda a quarta capa, para o eventual caso de alguém não associar o nome à pessoa. Treze anos após a estreia literária, o protagonista de “House” – a série mais vista da tevê a cabo no Brasil, hoje na sexta temporada no Universal Channel e no quarto ano no canal aberto Record – virou uma grife que não se pode mesmo desperdiçar.

A incursão do ator na literatura é ainda a sua única. O segundo romance, “The Paper Soldier”, vem sendo anunciado e adiado há pelo menos seis anos. O atraso acontece por alguma estranha insegurança do intérprete do Dr. Gregory House, embora “O Vendedor de Armas” tenha sido sucesso de crítica e público em países onde foi lançado, como os Estados Unidos, a Inglaterra e a França.

Em 1997, o New York Times dedicou ao livro uma resenha que o descrevia como “entretenimento genuinamente sofisticado”, com “técnicas narrativas vivas e inovadoras”. Em território francês, onde ganhou tradução também apenas no ano passado, a ficção logo subiu ao topo das listas de mais vendidos, com mais de 100 mil cópias comercializadas em menos de um mês.

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