Os Rolling Stones instalaram a sua excêntrica corte na capital portuguesa a partir das 19h30 da terça-feira, 27, uma noite chuvosa em Lisboa. Juntos, eles somam 278 anos de excessos, excentricidades, diálogos artísticos, infâmias e generosidades. Septuagenários, vivem ainda como se cada noite fosse a última – e os fãs portugueses acreditam que essa será mesmo a derradeira.

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Logo na chegada, o guitarrista Keith Richards não demorou muito tempo para publicar um selfie bonachão no Facebook, na qual saudou a cidade anfitriã: “Hello Lisbon!”, disse o cigano amalucado, como o chama Mick Jagger. A maior banda de rock do planeta sobe ao palco, com todos os ingressos esgotados (a capacidade do Parque da Bela Vista é de 90 mil pessoas), nesta quinta-feira, 29, às 23h45, no festival Rock in Rio Lisboa.

Pela cidade

A entourage stoniana chegou causando a Lisboa. Sem se abalar com a chuvinha e o frio, Mick Jagger saiu para badalar. Primeiro, passou pelo Station Club, onde fez fotos com o chef local e frequentadores. Depois, foi jantar no restaurante Casa de Pasto, no renovado Cais do Sodré, novo foco turístico lisboeta. Chegou ao local acompanhado apenas de um segurança e da fadista portuguesa Ana Moura (com quem gravou uma versão de No Expectations). Pediu para comer peixe espada preto e tomou uma cerveja.

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Na manhã dessa quarta-feira, 28, Jagger acordou cedo e antes das 10 horas tomava café no Mercado da Ribeira, desta vez acompanhado do cantor canadense Bryan Adams – que não tem show em Lisboa, ou seja: pode ser que seja um dos convidados dos Stones (há expectativa também que o ex-integrante da banda, Mick Taylor, dê uma palhinha).

Nos últimos dois dias, a banda deu aos fãs a possibilidade de escolher em seu site uma música que irá entrar no repertório do show de amanhã no Rock in Rio. Os Stones não foram neutros na enquete: sugeriram 5 músicas para que iniciassem a votação: Start me Up, Angie, Miss You, (I can’t get no) Satisfaction e Sympathy for the Devil, com uma sexta hipótese em aberto para quem quiser indicar outra música – que é provavelmente o que todo mundo está fazendo.

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Na segunda-feira, em Oslo, na Noruega, no primeiro show da turnê, os Stones propuseram a mesma enquete aos fãs locais e a escolha foi Let’s Spend the Night Together. Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ron Wood já tocaram em Portugal cinco vezes entre 1990 e 2007 (em Coimbra, Porto e Lisboa), mas os fãs tratam esse show como se fosse o Grand Finale do grupo – não têm expectativa de que voltem outra vez depois dessa.

Mas o próprio Richards, ao começar a temporada, não parecia estar iniciando uma despedida. “Vamos manter esse show na estrada. A banda está em sua melhor forma, então eu estou realmente ansioso para voltar a Lisboa.”

Frankenstein

Ao contrário de turnês passadas, como Bridges to Babylon e outras que faziam parte de uma corrida de megaentretenimento de arena, essa agora é um frankenstein de última hora – e o fato é que não se sabe nem mesmo ao certo os tamanhos dos palcos.

Segundo os próprios Stones, a turnê será um híbrido de palcos passados, shows que fizeram em estádios e festivais. Mistura hits clássicos, como Gimme Shelter, Paint it Black, Jumping Jack Flash, Tumbling Dice, It’s Only Rock’n’roll e “mais um par de inesperadas pérolas”, afirma o grupo em seu site. A turnê passará ainda por Suíça, Holanda, Israel, Alemanha, França, Áustria, Itália, Espanha, Bélgica, Suécia e Dinamarca.

O cartaz do seu show, divulgado nesta quarta-feira, 28, no Facebook da banda, foi inspirado no trabalho do arquiteto espanhol Santiago Calatrava para a estação da Gare do Oriente, em Lisboa.

Há boatos de que o grupo poderia seguir ao Brasil para tocar no jogo de encerramento da Copa do Mundo de futebol no Brasil, mas não há nada concreto nesse sentido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.