Ex-Pink Floyd

Roger Waters escreve nova carta e pede que Caetano cancele show em Israel

Roger Waters, ex-integrante da banda britânica Pink Floyd, enviou na manhã desta segunda-feira, 29, uma nova carta em que pede para Caetano Veloso e Gilberto Gil cancelarem o show que farão em Tel Aviv, em Israel, no dia 28 de julho. O texto foi publicado na edição desta terça-feira, 30, na coluna do jornalista Ancelmo Goes.

“Obrigado por tomar seu tempo para responder à minha carta. Diálogo é realmente importante. Eu vou responder aos pontos que você levantou. Temo que você possa estar vendo a política israelense com lentes cor-de-rosa. O fato é que, por muitas décadas, desde a Nakba (catástrofe, expropriação do povo palestino) em 1948, as políticas coloniais e racistas de Israel têm devastado a vida de milhões de palestinos”, escreveu Waters.

O músico inglês já havia escrito uma primeira carta para a dupla baiana no início do mês de maio. Quando não se esperavam por mais respostas, Caetano Veloso primeiro falou: “Eu quero dizer a todos que dizem ‘Israel, não’: Palestina, sim. ‘Israel, não’ é empobrecedor”, disse durante seu show na Virada Cultural de São Paulo, na noite de domingo, 21 de junho. E, depois, escreveu: “Eu preciso lhe dizer como meu coração é fortemente contra a posição de direita arrogante do governo israelense. Eu odeio a política de ocupação, as decisões desumanas que Israel tomou naquilo que Netanyahu nos diz ser sua autodefesa. E acho que a maioria dos israelenses que se interessam por nossa música tende a reagir de forma similar à política de seu país”, afirmou.

Ao jornal O Estado de S.Paulo, Gil respondeu há duas semanas que iria a Tel-Aviv “cantar para um Israel palestino”, dizendo que não via razões para boicotar o show e que, por outras três vezes, recebeu pedidos similares às vésperas de se apresentar em Israel. Depois disso, o bispo Desmond Tutu, que já ganhou música de Gil (Oração pela Libertação da África do Sul), entrou no coro de Waters e reforçou o pedido. Para ele, os brasileiros não deveriam pisar no território de um primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que segue promovendo a política das ocupações dos territórios árabes.

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