Obra de Rodin, que fica no MON
até 31 de outubro.

Uma excelente oportunidade para quem quiser conhecer o trabalho do escultor francês Auguste Rodin além dos clássicos O Pensador e O Beijo. O Museu Oscar Niemeyer abriga a partir de hoje uma exposição com seis esculturas em bronze e 25 reproduções fotográficas de desenhos e cenas do seu ateliê em Paris. A coleção pertence ao acervo da Pinacoteca de São Paulo, e permanece em Curitiba até o dia 31 de outubro. A abertura está programada para as 13h30, sem solenidade oficial.

Auguste Rodin (1840-1917) despertou acaloradas polêmicas nos meios artísticos do final do século XIX. De personalidade forte, enfrentou as normas rígidas do academicismo e suplantou obstáculos até alcançar reconhecimento. Marcou sua obra com esculturas monumentais como a Porta do Inferno, O Pensador e O Beijo, entre as mais famosas e pertencentes ao Museu Rodin, em Paris.

Teve uma visão muito particular da escultura, ligando-a aos misteriosos anseios do ser humano, ao transpor para o bronze ou para o mármore as tensões e as paixões mais secretas do homem. Além disso, minimizou a importância dos parâmetros idealizados pela academia – comportamento que lhe valeu agressões, acusações e discussões públicas, que muitas vezes resultaram em recusas a seus trabalhos.

Adepto do inacabado michelangelesco, descoberto e estudado a fundo em viagem à Itália, Rodin dizia que em Michelangelo descobrira regras inusitadas, radicalmente opostas àquelas que aprendera na observação da Escola de Ingre, artista plástico de formação nitidamente acadêmica.

Rompendo com regras de equilíbrio, o escultor fechou um elo com a corrente escultórica que remetia à Renascença italiana e à tradição da grande escultura grega. Uma vertigem de posições improváveis, de movimentos convincentes em membros quebrados, uma explosão de frêmitos vitais contidos na frágil pele do bronze, um sopro de vida na escultura.

Inacabadas

Aos que o acusavam, atônitos, de deixar “obras inacabadas”, respondia que as catedrais da França, em sua grande maioria, estavam igualmente inacabadas. Juntou às suas figuras um profundo erotismo e uma sensualidade até então apenas sugerida ou disfarçada, que presentes em sua obra, não poucas ezes chocaram uma elite intelectual burguesa. Mas com tudo isso, também se notabilizou, conquistou defensores aguerridos e conseguiu a fama e as encomendas necessárias para realizar uma obra monumental.

Beleza

Grande entusiasta da beleza feminina, transformou em musas as inúmeras e belas admiradoras, discípulas e colecionadoras interessadas em suas esculturas, que posaram para ele, muitas vezes em posições pouco castas. Trabalhou em seu ateliê com grandes colegas, que foram auxiliares em seus projetos grandiosos, entre os quais podemos citar Camille Claudel, com quem manteve um famoso romance, Bourdelle, Pompom e Maillol.

Talentoso, genial, sensível, persistente e audacioso, Auguste Rodin conseguiu realizar uma obra notável e ampliada em número, ocupando um espaçoso ateliê no Hôtel Biron, em Paris. Ao final da vida, doou ao estado francês suas esculturas e importante coleção de obras de outros artistas com o objetivo de formar, no local de seu antigo estúdio, um museu, atualmente, o Museu Rodin.

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De Curitiba, a mostra segue para Florianópolis e Porto Alegre. No MON, as obras permanecem na Sala 4, no primeiro andar, até o dia 31 de outubro, com visitação de terça-feira a domingo, das 13h30 às 18h30. O ingresso custa R$ 4 e R$ 2 (estudantes, menores de dez anos e maiores de 60).

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