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‘Rock in Rio será uma experiência lúdica e sensorial’, diz Roberta Medina

Maior em tamanho, em gostos e em ofertas de atrações, o Rock in Rio começará em um mês querendo se manter como um dos maiores festivais de rock do mundo em meio a sua “busca compulsiva por inovação”. Mais do que reunir algumas das principais bandas do planeta, o evento que mais uma vez tomará os espaços do Parque Olímpico da Barra quer se consolidar como uma atração para todos os públicos – do fã do rock ao samba, do bolinho de feijoada ao vatapá de camarão, da vibração em frente aos palcos à reflexão sobre os caminhos da humanidade.

A Cidade do Rock ganhou 60 mil metros quadrados se comparada à edição de 2017. O aumento em tamanho vem acompanhado de uma arquitetura circular, que fará com que as 700 mil pessoas esperadas nos sete dias de evento (27, 28 e 29/9 e 3, 4, 5 e 6/10) tenham fluxo contínuo e a sensação de que a festa nunca acaba.

A promessa dos organizadores é de um evento inesquecível, para além do clichê. “A marca Rock in Rio traz muitas possibilidades, mas se a execução não for como a promessa isso rapidamente se desconstrói. Ela representa muito, é linda e acolhida como sinônimo de criatividade, de compromisso, de muita coisa bacana”, diz a vice-presidente do evento, Roberta Medina. “Mas a gente precisa criar uma experiência que justifique todo o investimento, seja do público ou dos patrocinadores.”

Essa experiência está naquilo que Roberta define como uma busca compulsiva por inovação. Há muito que o evento nascido em 1985 deixou de ser apenas um festival de rock. “O Rock in Rio foi criado para dar voz a uma juventude que buscava por liberdade de expressão há muito tempo, porque estávamos na fase de saída da ditadura militar. Ele nasce por isso, e a ferramenta para atingir esses objetivos foi a música. Foi a grande mobilizadora porque a música podia unir pessoas diferentes em paz e harmonia, e os grande artistas internacionais poderiam dar visibilidade”, lembra.

Desde então, a abertura dos mercados, o maior acesso à informação e a velocidade com que o mundo tem se transformado fizeram com que apenas a música não fosse mais suficiente. Hoje, o conceito buscado nos grandes espetáculos é o da experiência”. “Cada vez que termina uma edição, a primeira conversa que a gente faz com a equipe é sobre o que a gente pode fazer melhor”, destaca Roberta.

Em relação à edição de 2017, o Rock in Rio ganhou seis novos espaços. “Estamos lidando com um público muito variado, muito transversal em termos de perfil e de idade”, explica a executiva. “Por isso que criamos conteúdos específicos para cada um desses públicos. Quando você vem com um amigo ou com a família, a gente não é igual. E a experiência de cada um não precisa ser igual.”

Uma das maiores expectativas está no Espaço Favela, que terá 22 shows – incluindo uma participação especial de Nelson Sargento, que aos 95 anos é um dos ícones do samba carioca. Além de música, o local que ocupa 800 metros quadrados de área terá três bares com produtos produzidos por 18 empreendedores de favelas do Rio – dentre eles, quitutes como croquete de abóbora com carne seca ou rissole de rabada com agrião.

O velódromo do Parque Olímpico também foi incorporado à Cidade do Rock. No espaço, o público verá projeções em uma tela de 5,4 mil metros quadrados – apontada pelos organizadores como a maior da América Latina – para ter “uma experiência imersiva, totalmente lúdica e sensorial”. A intenção é as pessoas pararem um momento para ter uma reflexão sobre o planeta.

Amazônia

Tema que mobiliza pessoas comuns, celebridades e autoridades do mundo todo, a Amazônia também é assunto do Rock in Rio – mas não exatamente da mesma maneira. “O Rock in Rio não se posiciona politicamente”, afirma Roberta Medina. “A conversa sobre a Amazônia não é nova, e o que o Rock in Rio tem a dizer é fazer, é o que a gente faz, é sensibilizar, é tocar as pessoas, direcionar a ações concretas que cada um de nós pode realizar. Cada um tem o seu papel.”

Roberta lembra que a preocupação social e ambiental do Rock in Rio é antiga – o projeto Amazonia Live, por exemplo, arrecada fundos e visa a restaurar imensas áreas da floresta. O Rock in Rio também maneja seus resíduos e executa planos de redução/compensação de emissão de carbono.

“Em 2001 a gente começa a verbalizar (nossa preocupação social), e coloca na marca o por um mundo melhor. A gente entra num movimento de marketing social que naquele momento ainda era feio – os grandes bancos e grandes empresas tinham fundações com trabalhos incríveis, mas não era bonito mostrar, porque parecia que estavam se aproveitando”, comenta a vice-presidente do Rock in Rio. “Ao longo desses últimos 18 anos, desde que um mundo melhor virou iniciativa, já temos mais de R$ 97 milhões encaminhados para causas sociais e ambientais diversas.”

Seja para curtir, seja para festejar um mundo melhor, o Rock in Rio começará em um mês com seu público (praticamente) todo definido. Os 700 mil ingressos foram todos vendidos em questão de horas, mas quem tiver paciência ainda poderá encontrar bilhetes no site oficial do evento – alguns processos de compra não foram concluídos e os ingressos voltaram à bilheteria virtual.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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