1985

Rock in Rio completa 25 anos e deve voltar ao Brasil

A iluminação de todos os shows era a mesma, emprestada pelo Queen. O cenário do show dos Paralamas do Sucesso era composto de apenas um vaso de plantas. O local era um terreno emprestado.

Apesar dos percalços, o primeiro Rock in Rio, cuja realização completa 25 anos hoje (ocorreu entre 11 e 20 de janeiro de 1985), reuniu 1.380 milhão de pessoas (quase três vezes o público do festival de Woodstock) em Jacarepaguá, colocando o Brasil definitivamente no mapa geopolítico do rock-n’-roll. Tornou-se um grande (e único) caso de franchising de rock, inspirando outros aventureiros – já se fala em trazer o festival americano Lolapalloza ao Brasil.

“Não era um projeto megalômano. Ele nasceu megalomaníaco porque se você não botasse 1 milhão de pessoas na plateia o festival não se pagava”, disse ao Estado na semana passada o publicitário Roberto Medina, criador do festival, que tinha 35 anos na época.

Ele lembra que quando procurou o agente da banda inglesa Queen, Jean Beach, foi inicialmente visto como uma piada. “Ele me disse que, se nem os americanos tinham como fazer o que eu pretendia, muito menos um rapaz brasileiro. E me deu uma champanhe como prêmio de consolação.”

Mas quando a coisa pegou, o Queen veio. E muito mais: Iron Maiden, AC/DC, Ozzy Osbourne, B-52’s, Scorpions, Nina Hagen, George Benson, James Taylor, Al Jarreau, Gilberto Gil, entre outros.

De lá para cá, ele realizou três edições no Brasil (1985, 1991 e 2001), três em Portugal (Lisboa) e uma na Espanha (Madri). Em 1985, naquele ano pioneiro, foram dez dias, 90 horas e 5.400 minutos de música, doideira, lama e excitação. Veio gente do mundo todo.

Hoje, em 25 anos de existência, a mostra já colocou 650 bandas em seus palcos. E deve voltar ao Brasil em 2011. “Tá na hora de trazer de volta”, diz Medina, falando por telefone do Rio de Janeiro.

O publicitário vive há dois anos em um tranquilo bairro madrilenho, Las Rozas, e só contava trazer o Rock in Rio de volta em 2014, mas resolveu antecipar. Ele estava havia 20 dias em negociações com a prefeitura do Rio de Janeiro, que espera estabelecer uma grande agenda de eventos na cidade preparando-a para a Copa de 2014 e a Olimpíada. E conta que já tem propostas de quatro patrocinadores de um mesmo setor para bancar o retorno da mostra ao Brasil.

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