Robin Williams completaria 64 anos nesta terça

Nesta terça, 21, deveríamos estar comemorando o aniversário de Robin Williams, 64 anos, pois ele nasceu em Chicago, Illinois, em 21 de julho de 1951. Ao invés disso, dentro de três semanas, em 11 de agosto, estaremos lembrando o primeiro aniversário de morte do astro de Hollywood. Ainda no ano passado, em novembro, as autoridades do condado de Paradise Cay, na Califórnia, divulgaram os resultados da autópsia e da investigação oficial. Chegaram à conclusão de que a morte de Robin Williams não foi produzida por overdose acidental. Nada de drogas. O que houve foi uma intenção deliberada de morte. Ele se suicidou.

Como assim? Um astro, um homem tão querido? E um comediante, ainda por cima. A verdade é que, por detrás daquela máscara de alegria, Williams era um homem atormentado. Sofria de depressão, que só foi aumentando. Para continuar passando a imagem de euforia, ele se entupia de medicamentos, de bebida. Um dia não ia aguentar mais. E o dia chegou. Faz parte do imaginário do circo – o palhaço que chora. Buster Keaton levou ao pé da letra o conceito e criou seu personagem do homem que nunca ria. entrou, com Charles Chaplin e outros grandes, para o panteão da comédia.

O próprio Williams gostava de lembrar que foi uma criança muito quieta, e tímida. Mas, ainda garoto, provocou risadas da mãe com uma imitação da avó. Entrou para o departamento de dramaturgia da escola, no ensino médio, e em 1973 foi um dos 20 estudantes de todos os EUA aceitos como calouro na prestigiada academia Juilliard, em Nova York. Descoberta sua vocação, foi passando por sucessivas seleções dentro da Juilliard. No final, sobraram dois calouros – Christopher Reeve e ele, que fez o curso de dialetos. Isso lhe forneceu as ferramentas de imitador (e humorista).

Estourou na TV como o alienígena da série Mork e Mindy. O diretor Garry Marshall dizia que Williams improvisava e vinha sempre com ideias de humor físico que deixavam os colegas loucos para acompanhar seu ritmo, mas o público adorava. Da TV saltou para o stand up. E fez teatro ‘sério’ – Esperando Godot, dividindo a cena com Steve Martin. Em 1977, estreou no cinema. Três anos mais tarde, foi o Popeye de Robert Altman. Em 1987, foi indicado para o Oscar por Bom-Dia Vietnã, de Barry Levinson. Dois anos depois, como John Keating, impregnou o imaginário de toda uma geração como o professor de poesia de Sociedade dos Poetas Mortos.

No belo filme de Peter Weir, ele abria os olhos de garotos numa escola que devia prepará-los para ser os durões da classe dominante. Carpe Diem era seu mantra. Aproveitem o dia. Os garotos mudavam, o professor era considerado subversivo, inadequado para os padrões da escola. De novo foi indicado para o Oscar, e para o Bafta, o Globo de Ouro, etc. Por mais que fizesse rir, Williams ganharia seu Oscar de coadjuvante por um papel dramático em Gênio Indomável, de Gus Van Sant, roteiro escrito por Matt Damon e Ben Affleck, que também venceram o Oscar, em 1997. Seus maiores sucessos foram como dublador (Aladim) ou em papeis que mesclavam comédias e drama, como em O Pescador de Ilusões, de Terry Gilliam, e Uma Babá Quase Perfeita, de Chris Columbus. Trabalhou com grandes diretores como Woody Allen (Desconstruindo Harry) e Steven Spielberg (Hook – A Volta do Capitão Gancho e A.I. Inteligência Artificial).

Aclamado pelo público e pelos críticos, Robin Williams teve uma vida tumultuada longe do palco e das telas. Ainda nos anos 1970, tornou-se dependente de cocaína. Sempre bebeu demais. Em 2006, internou-se para desintoxicação do álcool. Em 2009, a internação foi por problemas cardíacos. E, nos anos 1990, viveu às turras com a Disney, num processo que começou por causa da super-exposição de sua imagem em Aladim, o que ele não queria, porque na época também dublara um dos personagens de outra animação – Toys, da Pixar. Nos últimos anos, tornara-se um grande filantropo, envolvendo-se em atividades beneficentes. Os demônios pareciam, haver serenado. Que nada. A morte não foi por drogas, mas por asfixia. Robin Williams enforcou-se. Difícil de acreditar, não? Você fecha o olho e vem a imagem de John Keating. Carpe Diem. Aproveite seu dia por ele, amigo leitor.

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