Com quase um hora de atraso, o cantor Roberto Carlos emocionou os 12 mil fãs que lotaram ontem à noite o Estádio do Sumaré, em Cachoeiro do Itapemirim (ES). Além do público pagante, dezenas de pessoas se amontoavam sobre as lajes e janelas das casas vizinhas que ficam no entorno do local. O show, marcado para as 20h – mas que começou às 20h50 – integra as comemorações pelos 50 anos de carreira do artista. Havia 14 anos que ele não se apresentava em sua cidade natal.
Trechos instrumentais de sucessos começaram a ser entoados às 20h45. Minutos depois, o Rei entrou no palco e arrancou aplausos e gritos com O Portão. Em seguida, para delírio dos fãs, emendou Emoções. Chegou a dizer que se sentia como se estivesse começando a carreira naquele momento, na rádio da cidade. “Mas é melhor eu cantar, porque se eu falar, vou chorar.” Dito isso, seguiu com Além do Horizonte e Amor Perfeito.
Roberto não deixou de homenagear os pais. Cantou Lady Laura e Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo. A canção Quando, ausente do repertório de seus shows há quase 20 anos, também foi lembrada. Um dos momentos de maior emoção no estádio foi quando o músico empunhou um violão para cantar Detalhes. O público, hipnotizado, não sabia se cantava ou se ouvia o Rei em silêncio.
Como também não fazia há muito tempo, Roberto cantou a música-hino da cidade, Meu Pequeno Cachoeiro, de Raul Sampaio. Talvez por conta da emoção, ele tropeçou na letra – o que só deixou sua interpretação mais charmosa. “Essa parte do show é difícil porque todas as músicas me lembram Cachoeiro”, disse. Os cachoeirenses cantaram junto. No telão, imagens de amigos e parentes do rei. O público gritava: “Hei, hei, hei. Roberto é o nosso Rei!”