Roberto Carlos é aguardado no Rio para enterro da mãe

Roberto Carlos vai passar o aniversário de 69 anos de forma triste hoje, participando do sepultamento de sua mãe, Laura Moreira Braga, nacionalmente conhecida como Lady Laura, composição sua de 1976. O horário e o local do enterro não haviam sido divulgados até o início da noite.

O cantor recebeu a notícia no sábado à noite, quase ao fim do show que fazia no Radio Music City Hall, em Nova York, como parte da turnê internacional em comemoração aos seus 50 anos de carreira. Seus irmãos, Lauro, Carlos Roberto e Norma, fizeram questão de esperar a chegada do cantor ao Rio para definir horário e local do enterro. O mais provável é que ela seja sepultada ao lado da lápide do marido, Robertino Braga, no cemitério São João Batista, no Rio.

Lady Laura tinha completado 96 anos no último dia 10 e estava internada desde 31 de março no Hospital Copa D’Or, com quadro de infecção respiratória. Roberto, seu caçula, já tinha planejado fazer uma pausa na turnê para passar o aniversário com ela. O cantor foi informado que a mãe havia morrido quando se preparava para voltar ao palco para o bis.

Ao receber a notícia, ele se recolheu ao camarim e coube a seu maestro e compadre, Eduardo Lages, informar à plateia, lotada, que Roberto não retornaria porque perdera a mãe.

Ivone Kassu, assessora de imprensa de Roberto, disse que o hospital não conseguiu avisá-lo antes (a morte foi atestada às 18h20; por volta das 22h30 a notícia foi veiculada e ele só foi informado por volta das 23h30, pelo horário do Brasil). A notícia foi passada pelo médico particular de Lady Laura, Milton Kazuo Yoshino, ao empresário do cantor, Dody Sirena, que optou por esperar pela última música antes do bis, depois da tradicional distribuição de rosas.

Desolado, Roberto quis voar imediatamente para o Rio, mas só conseguiu embarcar hoje de manhã, num voo fretado. Durante a apresentação, ele havia cantado a música em homenagem à mãe (Lady Laura, me leve pra casa/ Lady Laura, me conta uma história/ Lady Laura, me faça dormir), que nem sempre faz parte do repertório de shows, e chegou comentar com o público que ela estava hospitalizada, mas havia melhorado.

De fato, no dia 10 o hospital divulgara que a paciente estava lúcida e conversando, o que animou Roberto a manter a turnê. Agora, não se sabe como ficará a série de shows, iniciada na sexta-feira em Nova York, com previsão de se estender até 10 de junho, data de um show em Medellín, na Colômbia (o próximo está agendado para o dia 4 de maio, em Lima, no Peru).

Chamada carinhosamente de “rainha mãe” pelas fãs de Roberto e de “Lalá” pela família, Laura Moreira Braga “era uma fortaleza”, disse Yoshino, seu médico havia mais de 20 anos. Segundo Yoshino, ela sempre perguntava sobre o filho, com quem mantinha uma relação muito próxima.

Conhecida pela bondade e a fé – ia todos os domingos do prédio em que morava, na Urca, num andar abaixo do apartamento do filho, à missa na Igreja Nossa Senhora do Brasil, vizinha ao edifício -, Lady Laura chegou a declarar numa rara entrevista, dada por ocasião do Dia das Mães, que os dois eram “um só”. “Acima de tudo, sou sua amiga”, disse.

Nascida em Minas, ela trabalhou como costureira na juventude. Mudou-se com o marido, relojoeiro, para Cachoeiro do Itapemirim (ES), onde nasceu o garoto que se tornaria o “Rei”, o cantor mais conhecido do Brasil. Foi Lady Laura quem levou Roberto para cantar no rádio, quando ele tinha nove anos. Com 13, o carregou para aprender música no conservatório da cidade. Também foi quem lhe transmitiu sua religiosidade.

A mãe sempre apoiou sua decisão de seguir carreira artística, mesmo quando o rapaz ainda não fazia sucesso. Gostava de assistir aos seus shows atrás do palco, sem aparecer muito, porque, como o filho, era muito discreta.

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