Rita Ribeiro passou tanto tempo fazendo “Tecnomacumba”, que em 2007 resolveu dar por encerrada a bem-sucedida carreira do show. No entanto, seu público não se deu por satisfeito. Foram (e ainda são) tantos os pedidos que ela voltou dois anos depois para, enfim, não só atender à demanda dos fãs, mas realizar o que havia previsto desde o início do projeto: a gravação do DVD. Registrado no Rio em julho, o show – que circulou pelo Brasil por quatro anos e foi visto por cerca de 200 mil pessoas – contou com a participação de Maria Bethânia. No domingo, Rita se apresenta em São Paulo para marcar o lançamento do DVD “Tecnomacumba a Tempo e ao Vivo” (Biscoito Fino).
Macumba da boa tem, mas quem ainda não conhece o conteúdo e espera ouvir tecno, como numa pista de música eletrônica, desista. O som é mais para “rockmacumba”, com variações em levadas de samba, ijexá, funk, reggae. O roteiro de 17 canções do DVD inclui as que gravou no CD de estúdio de mesmo nome em 2006 – como “É d’Oxum” , “Oração ao Tempo” (Caetano Veloso), “Cavaleiro de Aruanda” (Tony Osanah), “Domingo 23” (Jorge Ben), “Xangô, o Vencedor” (Ruy Maurity) e “Rainha do Mar” (Dorival Caymmi), entre outras.
Nos extras do DVD, Bethânia comenta que admira, “além da cantora, a inteligência, a maneira que Rita expõe o trabalho, a maneira que se dedica ao ofício”. “Iansã” (Caetano Veloso/Gilberto Gil), que gravou em 1972 no álbum Drama, é a canção em que ela divide os vocais com Rita. Para ela, a presença de Bethânia é a confirmação definitiva da história de “Tecnomacumba”, que define como “uma explosão de alegria” e algo lúdico, que leva o público a uma espécie de transe.
Coincidentemente, Rita começou a carreira desse show no mesmo ano de 2003 em que Bethânia lançou “Brasileirinho”. Agora que sai o registro da maranhense em DVD, a baiana aparece com “Encanteria”, também voltado para a temática das crenças. “Tem tudo a ver”, diz Rita. “Ela representa muito essa história da música santa, a reverência da cultura brasileira através da religiosidade. Sempre trouxe isso em seu trabalho, mas em Brasileirinho expôs mais isso. É um Tecnomacumba acústico, mais sutil”, brinca a cantora, que também foi elogiada por Caetano em texto e por Ney Matogrosso em depoimento para o DVD. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.