Previsto para ser inaugurado no Instituto Oi Futuro no dia 30 de janeiro, o Museu das Telecomunicações, o primeiro do País, vai lançar um conceito revolucionário de exposição: o do hipertexto. A idéia é contar a aventura e a história da comunicação humana não apenas através de objetos museológicos, como telefones, aparelhos de telex, mas também por meio de telas de plasma, LCD e computadores mac minis. Eles se multiplicam e se subdividem em fotografias, vídeos e textos, permitindo aos visitantes ?viajar? por uma infinidade de janelas de informações num mesmo espaço.
Antes de entrar no museu, ainda no terceiro andar do Oi Futuro, um imenso painel digital dará uma idéia ao visitante do que ele verá logo acima. Um telefone vai permitir que qualquer um que esteja ali entre em contato com qualquer pessoa dentro do museu.
Na entrada, o visitante receberá um aparelho portátil para que possa interagir com as instalações, e ouvir os textos dos filmes exibidos, muitos com narração original ou vozes de atores como Miguel Falabella, Marisa Orth e Renata Sorrah. Logo na entrada, quem dá as boas-vindas é Maria Bethânia cantando Oração ao tempo, de Caetano Veloso.
Um dos principais objetos em exposição é um exemplar do primeiro PC vendido no mundo. Ele está imerso numa espécie de cubo gigante de gelo. A trilha sonora dessa preciosidade pré-histórica é um cordel cantado pelos atores Tadeu Melo, braço-direito de Renato Aragão na Turma do Didi, e Fabiana Carla, do Zorra Total.
Há também listas telefônicas digitalizadas que revelam o endereço de cariocas ilustres e arquivos sonoros inéditos, como as vozes de Clarice Lispector, Freud, Thomas Edison e Lacan, entre outros. O visitante também verá e poderá testar um Moog Theremin, instrumento que Rita Lee tocou no Oi Noites Cariocas, no Morro da Urca, de onde tirava sons espaciais apenas com o calor das mãos.
Num dos compartimentos do museu, aparece outra curiosidade: uma gigantesca Linha do Tempo, onde o visitante poderá selecionar uma época girando um grande dial, e ouvir sobre cada etapa da história das telecomunicações ou sobre os fatos que marcaram época. Dos sinais de fumaça feitos por índios (a primeira comunicação humana) à conquista do espaço. Da inauguração do Maracanã à invenção da pílula anticoncepcional.
E há muito mais coisas. Entre as mais de 200 peças expostas estão todos os modelos de telefones públicos, aparelhos de telex e fax e as fichas de telefone já usadas no País. O charme fica por conta de uma cabine telefônica de 1930 onde o visitante entra e faz uma viagem no tempo através de filmes daquela época, com imagens de Procópio Ferreira, entre outros artistas.
Se as listas telefônicas parecem cada vez mais coisa do passado, no Museu das Telecomunicações elas serão uma atração multimídia à parte. Com apenas um toque, é possível saber exatamente onde personalidades como Rui Barbosa e Antônio Carlos Jobim moraram no Rio de Janeiro. Além do endereço, aparecem na tela imagens da rua em que viveram e curiosidades sobre cada um.
A sala dos Profetas do Futuro também impressiona. O visitante entra num compartimento individual, senta numa poltrona e aciona um comando que permite que veja rostos de personalidades que tiveram, em diferentes momentos da história, uma visão futurista da humanidade, projetados em uma cabeça virtual. Leonardo da Vinci, Platão, Goethe e o brasileiro Oscar Niemeyer são alguns dos homenageados por vários artistas brasileiros.
O museu, que integra história, ciência e entretenimento, está montado numa área de 210 metros quadrados no sexto andar do Oi Futuro. A curadoria é de Maria Arlete Gonçalves, gerente do Oi Futuro. A concepção visual foi do designer Gringo Cardia e o projeto multimídia, de Marcelo Dantas. A iluminação é de Peter Gasper.
Museu das Telecomunicações – Oi Futuro – Rua Dois de Dezembro, 63, Flamengo. Telefone: 21- 3131-3060. Horário de visitação: De terça a domingo, das 11h às 17h. Classificação etária: livre. Entrada franca.