Rio exibe exposição de Robert Doisneau

Quem de nós, estando em Paris, já não teve de conter o ímpeto de voltar para seu país carregado de imagens da cidade para adornar a casa? Uma bela parte das cenas cotidianas em ângulos e preto e branco fantásticos presentes no imaginário dos visitantes é de autoria de Robert Doisneau.

Em seu centenário, o fotógrafo, nascido no subúrbio parisiense e também um descobridor da grande cidade e sua gente – “as maravilhas da vida cotidiana são emocionantes”, dizia, sem distinguir pobres e ricos – , está sendo celebrado numa exposição vasta, gratuita e longa (vai até 17 de junho) trazida pela Aliança Francesa. O cenário é o Centro Cultural da Justiça Federal, localizado num prédio de inspiração francesa do centro do Rio. Não há previsão de ida a São Paulo.

Doisneau trabalhava principalmente por encomenda – era requisitado especialmente no pós-guerra por revistas como Life, Vogue e Paris Match, e, antes disso, foi fotógrafo de cartões-postais e de empresas como a Renault. Aproveitava momentos fugidios para “fazer o que realmente queria fazer”, conta sua filha, Francine Deroudille.

“Ele tinha muita vontade de criar coisas além das encomendas. Era como se trabalhasse numa autopista, mas encontrasse pequenos desvios na estrada”, compara ela, que, com a irmã, Annete, passou a cuidar de seu legado depois de sua morte, em 1994.

Um conjunto de 152 registros dos dois caminhos estão em Simplesmente Doisneau, assim como em exposições em Tóquio, Stavelot, na Bélgica, Almaty, no Casaquistão, e em Paris – a média de visitação na mostra aberta no mês passado, na prefeitura, focada na série em Les Halles, o grande mercado de abastecimento, é de 2 mil pessoas por dia.

As escolhas do que veio ao CCJF foram feitas por Agnès de Gouvion Saint-Cyr, especialista em fotografia do Ministério da Cultura francês. Além das fotos, será exibido o documentário Robert Doisneau: Tout Simplement, de Patrick Jeudy. “Ele se tornou um ícone nos últimos dez anos de vida; nas décadas de 70 e 80 era difícil viver de fotografia”, lembra Agnès. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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