Houve até tapete vermelho. A abertura do Festival do Rio é sempre um acontecimento que interfere na vida da cidade. Havia uma multidão à frente do Cine Odeon BR, em plena Cinelândia, na quinta-feira à noite, para ver passar os astros e estrelas do cinema nacional. Muitas vezes eles e elas são mais conhecidos do público via televisão. É um dos problemas do estágio atual do cinema no País. O diálogo com a televisão não é econômico, como sonham produtores e diretores, mas estético, como lamentam os críticos. Boa parte do cinema brasileiro atual tem cara de telefilme – até os elencos são da Globo.
Mas o público em frente ao Odeon queria glamour e o teve em doses generosas. A sessão de A Dona da História, de Daniel Filho, abrindo o Festival do Rio 2004, foi um sucesso. Luigi Barrichelo e Betty Lago foram os âncoras da cerimônia. Houve os discursos de praxe – do presidente da Petrobras, do representante da Prefeitura do Rio, das diretoras executivas da parceria Estação-Cima, que realiza o evento, Hilda Santiago e Walkiria Barbosa.
Depois de meia hora de atraso no início da cerimônia e mais 20 minutos de discursos, subiram ao palco os integrantes da equipe de A Dona da História. O diretor Daniel Filho chamou a doninha da história, Débora Falabella. Depois, a dona da história – Marieta Severo, que quase fez o Odeon vir abaixo, com tantos aplausos.
Sob o lema Rio, Cinema da Cabeça aos Pés, serão exibidos, até dia 7, mais de 300 filmes em 29 pontos da cidade, do centro à periferia, mapeando desde as novas tendências do cinema de todo o mundo -em seções como Panorama, Première Brasil, Première Latina, Capacete (com filmes-cabeça), Midnight Movies, Mundo Gay, Limites e Fronteiras -, até as retrospectivas de Sergio Leone e dos filmes de ficção científica mais a homenagem a Peter Davis, que traz para o debate o documentário político, hoje representado por Michael Moore.