Ridley Scott apresenta novo filme sobre gângster em Los Angeles

Los Angeles – "Com a guerra no Iraque transformamos o mundo em um lugar menos seguro. Haverá, estou certo disso, um novo potente ataque nos Estados Unidos. A Al Qaeda está cada vez mais organizada e ramificada, agora estão mais fortes que nós. A guerra, ao invés de os enfraquecer, os fortaleceu ". Ridley Scott, diretor de cinema americano, tem opiniões firmes quando o assunto é terrorismo. O diretor fez as declarações durante o encontro com a imprensa internacional para a apresentação de seu novo filme, "O Gângster", com lançamento no Brasil previsto para 25 de janeiro.

O filme conta a história real do policial Richie Roberts (Russel Crowe) e do gângster Frank Lucas (Denzel Washington), um integrante do crime organizado que nos anos de 1970 construiu um império importando drogas escondidas em caixões de soldados americanos mortos na Guerra do Vietnã. Por essa razão, é fácil para Scott comparar aquele fracasso militar com a também mal-sucedida experiência no Iraque. "No entanto, agora não podemos deixar o Iraque, não assim, depois de tê-lo destruído completamente. Ir embora agora seria como abandoná-los com um lacônico ‘Desculpem-nos, cometemos um erro’".

Ridley Scott, que completa 70 anos em 30 de novembro, conta ainda com um outro projeto de sabor fortemente político, "Body of Lies". "É um olhar sobre o mundo de hoje e sobre as relações entre oriente e ocidente. Foi inspirado por um artigo inteligente de um jornalista do ‘Washington Post’ que viveu muitos anos no Oriente Médio". Por enquanto, Scott aproveita o sucesso de "O Gângster", que em quatro semanas de exibição arrecadou US$ 130 milhões.

No filme, Russel Crowe interpreta o policial Richie Roberts, que consegue encurralar o enigmático personagem de Denzel Washington, o gângster Frank Lukas, e o obriga a colaborar com a justiça para prender os policiais corruptos que permitiram sua impunidade. Roberts torna-se promotor e faz com que Lukas seja condenado. Mais tarde, dá outra virada em sua carreira e se torna advogado, assumindo a defesa de Lukas. Os dois tornam-se amigos. "Frank e Richie são duas faces da mesma moeda. Frank tinha todos os atributos para ser um homem capaz de suscitar profunda admiração, tinha um formidável senso familiar e de negócios. Era um gênio das finanças, mas comercializava heroína. Roberts era seu oposto. Honesto como poucos em seu trabalho, mas um desastre na vida pessoal".

A história da produção do filme é turbulenta. "O Gângster" teve um início abortado há quatro anos, quando o diretor seria Antoine Fuqua, e nos papéis de Lukas e Roberts estariam Denzel Washington e Benicio del Toro, mas uma série de contratempos levou a Universal a renunciar ao projeto, demitir Fuqua, e pagar os atores que já haviam assinado contrato. Washington recebeu US$ 20 milhões, valor pago novamente quando o projeto foi reiniciado sob a direção de Scott. Tecnicamente, então, o valor de US$ 40 milhões recebidos por Washington para filmar "O Gângster" é o cachê mais alto da história do cinema.

Ridley Scott não se sentiu intimidado pelo primeiro fracasso. "Pelo contrário, foi divertido ter uma visão minha, diferente da anterior, do que era necessário para tornar ‘O Gângster’ um filme interessante". Depois de "Body of Lies", que terá como protagonistas Leonardo Di Caprio e Russel Crowe, Scott dirigirá mais uma vez o ator australiano em "Nottingham", com Crowe no papel do famoso xerife adversário de Robin Hood. "Trabalho com ele com prazer porque é uma pessoa inteligente. Aprendemos como entender um ao outro e, por isso, é tudo mais veloz".

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