O ano de 2006 se encerra com uma grande presença de atrações culturais na cidade de Curitiba. Nos teatros, museus, cinemas, bibliotecas e demais espaços a agenda do ano foi agitada,o que demonstra um crescimento em relação aos últimos anos. A Fundação Cultural de Curitiba (FCC) registrou participação em 1783 eventos. Lembrado como o principal ícone cultural da capital (em pesquisa realizada pelo Instituto Bonilha), o Teatro Guaíra realizou 868 apresentações e recebeu 394 mil pessoas (presentes em eventos oficiais do CCTG). Do começo da Oficina de Música (janeiro) até a apresentação de BB King, dia 5 de dezembro, as atrações culturais foram constates.
No dia 5 de janeiro o trio russo de música camerística St. Petersburg Virtuosen (formado pela violinista Natalia Alenitsyna, o violoncelista Pjotr Meshvinski e o pianista Evgeny Izotov) foi aplaudido de pé na apresentação que marcava o início da XXIV Oficina de Música de Curitiba. Com uma platéia constituída de alunos da oficina, em sua maioria, o trio serviu de inspiração para as atividades que se seguiram. Alunos do Brasil todo e professores internacionalmente conhecidos, como o renomado contrabaixista uruguaio Milton Masciadri, mantiveram o caráter universal e qualificado do evento.
Abertura da Oficina de Música 2006 contou com trio russo. |
A constante presença de artistas internacionais, do início ao fim do ano, foi um fator positivo e teve grande apreciação do público. Locais alternativos, incluindo os bares, também serviram de palco de encontro entre a arte e o público. No campo musical, o Guairão se destacou com shows do BB King, Marisa Monte, Orquestra Sinfônica do Paraná e convidados, com direito a encenação da ópera Don Giovani, além de outros artistas.
Ainda estiveram na cidade os lendários roqueiros do Deep Purple, a febre infanto-juvenil Rebeldes, os bombásticos Zezé di Camargo e Luciano, Black Eyed Peas, e a diva da bossa, Leny Andrade, num show intimista no Paiol, que fez inúmeros encontros culturais, como o Paiol Literário. O pianista Álvaro Siviero, paulistano residente em Curitiba há mais de 10 anos, enfatizou a música erudita, com participações a frente e na retaguarda de eventos como seu encontro com Paul Gulda, João Carlos Martins e a presença do maestro John O?Connor. A pianista Eudóxia de Barros foi outra presença enriquecedora.
O bar Era Só o que Faltava foi destaque como palco de exposições, espetáculos teatrais e o inabalável show de comédia de Diogo Portugal. O espaço esteve entre os bares-palcos do 15.º Festival de Teatro de Curitiba. O evento trouxe 226 espetáculos, entre produções da mostra principal e Fringe.
Tela de Iberê Camargo está exposta no MON. |
A imprensa foi o grande crítico do evento, chegando a formular um manifesto reclamando a baixa qualidade das peças do festival. Na prática, aproximadamente 110 mil pessoas acompanharam o evento nas ruas ou nos espaços fechados. O Guaíra e o Teatro UnicenP apresentaram as principais peças de teatro e que tiveram a simpatia do público, como: Não sou feliz, mas tenho marido, Molly Sweney, Zala Zé, Soppa de letra e Mademoiselle Chanel. O Teatro Fernanda Montenegro e Regina Vogue foram bem observados.
A Cinemateca de Curitiba serviu ao público com preços de ingressos condizentes, mostras de cinema nacional e estrangeiro, além do domingo a R$1. O escritor paranaense Wilson Bueno foi destaque na Flip 2006, além de ser finalista nos prêmios Zaffari & Bourbon e o Portugal Telecom. A arte plástica do Estado esteve presente nos espaços culturais tradicionais da cidade, como o Museu Alfredo Andersen, Solar do Rosário, Casa Andrade Muricy e Casa João Turim. O Museu Oscar Niemeyer também abriu espaço para a arte paranaense, além de receber atrações de abrangência internacional. Por lá estão expostas e já passaram os Eternos Tesouros do Japão, Picasso (gravuras), 600 anos de gravuras, Arte moderna em contexto, entre outras.