Solaris, obra de ficção científica do polonês Stanislaw Lem, havia inspirado o cineasta russo Andrei Tarkowski a levá-lo para as telas. Agora, 42 anos depois de sua primeira edição, o livro volta ao cinema, protagonizado por George Clooney e sob direção de Steven Sordenberg, e também retorna às livrarias brasileiras, numa edição da Relume Dumará que solicitou a Bráulio Tavares para assinar a orelha do livro. A primeira edição brasileira, com tradução de José Sanz, data de 1971, pela saudosa Editora Sabiá.
Stanislaw Lem escreveu uma parábola sobre as relações e emoções humanas, onde o leitor é levado a conhecer os estranhos acontecimentos provocados por um oceano, ao reagir à atividade de uma estação de pesquisa. O Oceano inteligente do planta Solaris é capaz de entender e codificar o que há de mais recôndito na mente desses pesquisadores e, o que se vê a partir daí, é a materialização dos traumas centrais da cada personagem.
Para o protagonista, o psicólogo Kris Kelvin, o trauma remete à morte de sua namorada Rheya. O Oceano, então, transforma essa imagem, projetada pelo inconsciente do pesquisador, em uma forma viva, a partir de suas próprias substâncias, dando início a uma história que traz à tona questões que nunca saem na nossa memória – como e por que deixamos certas coisas para trás e onde estaremos no futuro.