Repleto de efeitos especiais, ‘Imortais’ estreia amanhã

Apenas dois filmes irão estrear amanhã em São Paulo dentro do circuito comercial, na antevéspera do réveillon. Nada mais natural, já que o movimento nos cinemas costuma diminuir nesta época do ano. Assim, o destaque da semana fica a cargo do longa-metragem “Imortais”, dirigido por Tarsem Singh, também responsável por “Espelho, Espelho Meu”, inspirado na fábula da Branca de Neve, com Julia Roberts no papel da Rainha e que deverá estrear em 2012. “Imortais” é produzido pela dupla Mark Canton e Gianni Nunnari, que também trabalhou no longa “300”, com Rodrigo Santoro (2007).

O filme segue a linha de “300”, com personagens fortões e várias cenas sangrentas de batalhas. Também lembra “Fúria de Titãs” ao misturar deuses gregos e bestas mitológicas. O problema é que o roteiro não está minimamente preocupado em ser verossímil com a mitologia. O resultado é um apanhado de histórias e personagens que nunca tiveram nenhuma relação, mas que, na produção, parecem ser íntimos. Um desserviço àqueles que querem conhecer mais sobre a mitologia grega.

Na história, o Rei Hipérion (interpretado por Mickey Rourke) declara guerra contra os gregos e planeja libertar os Titãs que estão presos no Monte Tártaro. Para isso, ele busca o arco de Epirus, forjado no Olimpo pelo deus da guerra, Ares. Para impedi-lo de achar o arco, Teseu, um plebeu, lidera um exército de rebeldes, além de contar com a ajuda de deuses do Olimpo, como Zeus e Atenas.

O problema é que, na mitologia grega verdadeira, Teseu nunca foi plebeu e se tornou rei depois de matar o Minotauro no labirinto. Até há a cena da morte do Minotauro no filme, mas não é tão importante assim e, depois dela, Teseu não vira rei. Henry Cavill vive o papel de Teseu e Freida Pinto é a mocinha Faedra, um oráculo que é perseguido pelo rei Hipérion. Já a australiana Isabel Lucas encarna a deusa Atenas.

Apesar de já terem desempenhado bons papéis em outros filmes, a atuação dos atores se resume a poses e gritos de raiva contra o mundo. Até seria possível considerar o filme uma boa diversão, mesmo com os desvios das histórias originais, mas uma coisa é inconcebível: deuses como Zeus, Atenas e Poseidon são mostrados como fracos e passíveis de erros e, pasmem, mortais. Como deuses podem ser mortais? Essa é uma pergunta que a trama não responde. Um deus mortal é algo inaceitável até mesmo para um filme como esse. O que não deixa de ser irônico, já que o título do filme é “Imortais”. Tanta mudança nas figuras mitológicas faz lembrar o filme “Percy Jackson e o Ladrão de Raios” (2010), que altera, sem qualquer critério, feitos históricos.

Os efeitos especiais, em compensação, são bem-feitos. A vila onde vive Teseu, nas encostas do mar Egeu, é linda. Os cenários das batalhas, como o forte onde os gregos se abrigam para lutar contra o Rei Hipérion, também impressionam. Essa majestosa construção parece com o forte do Abismo de Helm, do filme “O Senhor dos Anéis – As Duas Torres” (2002).

O espectador que for assistir a Imortais esperando encontrar um filme semelhante a “300” deve sair decepcionado. O máximo que verá será um punhado de efeitos especiais em uma história sem pé nem cabeça. As informações são do Jornal da Tarde.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo