Um dos talentos da nova geração do humor brasileiro, Renata Gaspar encontrou a oportunidade perfeita para explorar sua versatilidade como atriz na série Pais de Primeira, cujo último episódio vai ao ar na Globo neste domingo, 30 – e que deve ganhar nova temporada. Isso porque a produção faz uma deliciosa mistura de comédia e emoção para contar a jornada de um casal, Taís e Pedro (personagens de Renata e George Sauma), marcada por alegrias, medos e dúvidas após a chegada da primeira filha. Renata também faz parte do elenco do humorístico Tá no Ar: A TV na TV, que chega à sexta e última temporada a partir do dia 15 de janeiro.

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Apesar de ter trabalhos de destaque ligados ao humor, Renata não iniciou sua carreira focada nessa frequência de interpretação. “Comecei a fazer teatro com 11 anos. Aos 14, fiz curso profissionalizante e me formei com 17 anos, junto com a escola. Depois, fiz interpretação para cinema e não parei de trabalhar. Um trabalho me levou a outro”, conta a atriz paulistana, de 32 anos, ao jornal O Estado De S. Paulo. Sua incursão pela comédia se deu mais recentemente. Foi em 2012, no Saturday Night Live, exibido na RedeTV!, quando ficou conhecida pelas imitações que fez. “Lá foi o primeiro lugar onde pude ser vista fazendo humor, que até então só fazia entre amigos. O programa abriu essa porta, daí fui convidada para o Tá no Ar, para o Chapa Quente, e não parou mais.”

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Além dos papéis na TV, Renata tem engatilhados, para 2019, diversos projetos no teatro, entre eles, a peça Antes Que a Definitiva Noite Se Espalhe em Latinoamérica, de Felipe Hirsch, que estreia no dia 11 de janeiro, no Rio, e o monólogo Fábula do Inimigo, que deve estrear ainda no primeiro semestre, em São Paulo. Ao Estado, ela fala sobre sua personagem em Pais de Primeira e a despedida do Tá no Ar.

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Como foi a construção da personagem Taís em Pais de Primeira? Fez pesquisas, teve conversas com pais de primeira viagem…?

Primeiro assisti a filmes, séries, vídeos na internet e li blogs que falam desse assunto. Tentei entender o universo e a mentalidade da mãe. Percebi que é muito parecido para todo mundo. Além disso, tenho muitos amigos próximos que já tiveram filhos ou que estão “grávidos”. Acompanhei o dia a dia da filha de uma amiga minha, que estava com 10 meses. Não consegui segurar ou acompanhar um bebê tão pequeno.

Qual o desafio de dosar a emoção e o humor na série?

Levo o humor muito a sério. Faço humor no mesmo nível que faço drama. Quanto mais a gente acredita que aquilo está acontecendo, mais engraçado fica. A linguagem da série foi construída por nós: o autor, Antonio Prata; os diretores Luis Henrique Rios e Daniela Braga; e nós atores. Tínhamos a intenção de contar essa história de forma realista. As situações são engraçadas, mas o personagem não está achando graça nenhuma. Quem acha graça é quem assiste e vê o desespero da pessoa passando por aquilo. E aí, quanto mais realista, mais engraçado. Você ri numa cena, chora em outra. E isso tem muito a ver com nossa vida.

É sua primeira protagonista na TV, certo?

Na verdade, fiz protagonista em 2009 no seriado Descolados, da MTV. Éramos eu e mais dois meninos. Eu fazia a Ludmila, uma das personagens que mais repercutiu na minha carreira. Até hoje as pessoas perguntam se vai ter segunda temporada.

Vai ter segunda temporada de Pais de Primeira?

A previsão é de que tenha. Vai mostrar o dia a dia da Taís e do Pedro mais para frente. A volta ao trabalho, a escolha da creche… Vai ser muito legal mostrar essa realidade. Devemos gravar essa segunda temporada no segundo semestre.

Na TV, outro papel de destaque foi a Josilene, de Chapa Quente. Como foi fazer a personagem?

A Josi era muito interessante porque era muito diferente de mim. Era raríssimo me reconhecerem na rua. Quando falava que era eu, a pessoa não acreditava, dizia que ela era um “mulherão’’, gostosona. E eu falava “é, sou eu…” (risos). Também foi um baita time: (Leandro) Hassum, Ingrid (Guimarães), Lucinho (Lúcio Mauro Filho), Tiago Abravanel, Eduardo Estrela. Foi uma galera que também ficou muito amiga. Minha parceria com Lucinho foi muito legal, ele é muito generoso e criativo. Era uma diversão fazer aquilo.

Me fale sobre a última temporada de Tá no Ar e esse clima de despedida.

Nem me fale! Estou numa pausa da gravação nesse momento e a gente sente uma alegria e às vezes bate uma tristeza. De repente, a gente está numa gravação e começa a chorar. A gente vê todo mundo junto e fala “quando vamos estar junto de novo?”, aí se emociona.

Qual a importância do Tá no Ar na sua trajetória?

O programa tem muita importância na minha trajetória. Na nossa, na verdade, porque construímos um grupo. Parece uma trupe de teatro. É um grupo que se ama e se admira demais. O Marcius Melhem, que é uma das cabeças do Tá no Ar, lutou por esse projeto até o fim. É um cara muito generoso que juntou essa trupe que tem a intenção de servir ao programa. O Tá no Ar traz coisas que queremos dizer. Viramos amigos, damos pitaco no personagem do outro, assistimos aos episódios juntos, na casa de alguém. Foi uma grande sorte termos nos encontrado. Vai ser estranho não ter mil personagens para vestir a cada dia. Mas, ao mesmo tempo, é um programa que deu e está dando certo. Acho que as coisas têm que ser renovadas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.