Segundo o presidente da Universal Music Brasil, Paulo Lima, a ideia foi feita a partir dos pedidos dos fãs. “Acreditamos muito que o ‘físico’ não acabou, apenas se transformou. Com o lançamento dessa nova plataforma inovadora, reafirmamos o nosso compromisso com os nossos artistas, apresentando produtos de alta qualidade e colecionáveis para os seus fãs”, disse, em comunicado divulgado pela gravadora.
Ao jornal Folha de São Paulo, Paulo Lima adiantou ainda que os fãs de Sandy & Junior podem se surpreender ao comprar o box. Isso porque algumas das caixas podem vir com um presente a mais: algumas vão ser autografadas pela dupla sem que o comprador saiba.
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Homenagem aos irmãos!
Como forma de homenagear também os irmãos e não só os fãs, a Universal Music divulgou um texto, feito pela jornalista Ana Paula Alfano. Respeitada no meio jornalístico, a profissional, que começou a carreira na Folha de São Paulo e trabalhou por 15 anos na Editora Abril, onde passou por diversas redações, escreveu um pouco sobre sua experiência com a dupla. Leia abaixo:
Uma tarde no meio da semana. Depois de arriscarmos umas jogadas em um boliche dentro de um shopping de Campinas, nos sentamos para um bate-papo. Eles próprios haviam sugerido o local para aquele nosso encontro, porque queriam aproveitar o tempo – teoricamente de trabalho, dando entrevista e posando para fotos – para também se divertirem. Era mais uma das incontáveis matérias que fiz com Sandy e Junior durante os dez anos que fui editora de uma grande revista para adolescentes.
Neste período, entre 1996 e 2006, quando deixei a publicação, um, o outro ou os dois juntos haviam estampado nove capas da revista, arrebatado milhões de fãs em seus shows e lançado dez de seus 16 discos da carreira – que venderam quase 20 milhões de cópias. Esta discografia completa da dupla está agora reunida na caixa “NOSSA HISTÓRIA”, lançada pela Universal Music com tiragem limitada – são 12 álbuns de estúdio e quatro com gravações de shows ao vivo.
Foram muitas as histórias que vivenciei com a dupla. Os nossos encontros para as reportagens da revista eram quase sempre em Campinas, onde eles moravam com os pais, Noely e Xororó, porque uma das condições para os dois seguirem a carreira era nunca perderem aula. As manhãs na escola eram inegociáveis. Fui algumas vezes à casa da família.
Numa delas, Junior mostrou o estúdio que fizeram questão de construir e onde ele o pai costumavam arriscar novos sons. No quarto romântico e cor-de-rosa da então adolescente Sandy, pôsteres de Brad Pitt e Leonardo DiCaprio decoravam as portas dos armários. Também nos encontramos em estúdios, camarins de shows, salão de cabeleireiro, em gravações do programa que eles tinham na TV Globo e premiações… Fosse onde fosse os dois estavam sempre acompanhados da família – da mãe, muitas vezes, também do pai e da avó materna, Mariazinha, além de da assessora, Rogéria, e do motorista, Cacá, uma espécie de tio da dupla.
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Aliás, esta união com a família sempre foi uma forte marca de Sandy e Junior. Todas as muitas vezes que questionávamos como eles se viam dali alguns anos, ouvíamos a mesma resposta: “A única certeza que a gente tem é a de que continuaremos sendo irmãos, e filhos da Noely e do Xororó”. Eram – e suponho que ainda sejam – muitas as diferenças entre eles. Sandy extremamente perfeccionista e autocrítica, Junior mais solto, dando mais espaço a riscos e experimentações. Ainda assim, era nítida a admiração e o respeito de um pelo outro.
Outra certeza que eles tinham era com relação aos fãs. Durante o nosso papo no boliche, ao imaginar o futuro, Junior fez sua previsão. Ele sabia que era natural que os dois seguissem seus caminhos separadamente, cada um investindo no som e na carreira que quisesse trilhar. “Mas, aconteça o que acontecer, sei que os fãs que a gente tem hoje estarão para sempre com a gente”, ele disse. Já se vão mais de 20 anos daquele papo e parece que Junior acertou em cheio. A estes fãs, que os 16 álbuns e 239 músicas da caixa “NOSSA HISTÓRIA” reacendam boas memórias – e as mantenham vivas para sempre.
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Relembre os CDs do box:
Aniversário do Tatu (1991): Lançado em junho de 1991, quando Sandy tinha 8 anos e Junior, 7, tinha um som bastante sertanejo. “Maria Chiquinha”, a música de trabalho do álbum, já era famosa antes mesmo do lançamento. A dupla a cantara no programa de TV “Som Brasil”, em 1989.
Sábado à Noite (1992): Também com uma sonoridade sertaneja/country, o álbum contou com produção de Xororó – como o primeiro e como seriam os seguintes, até Quatro Estações Ao Vivo. As fotos da capa e encarte foram feitas em Nashville, a meca do country norte-americano. E participações especiais marcaram duas faixas: Ney Matogrosso, em O Vira, e Chitãozinho e Xororó, em Vamos Construir.
Tô Ligado em Você (1993): Sandy e Junior entram nos tempos da brilhantina. A cantora ganhou seu nome por conta da paixão da mãe, Noely, pela personagem de Olivia Newton-John no filme Grease, que serviu de inspiração também para este trabalho. A música Tô Ligado em Você é uma versão de You’re the One that I Want, do filme, e foi traduzida por Noely, Xororó e Feio, também produtor do álbum.
Pra Dançar com Você (1994): A dupla segue nos anos 1960, com clássicos da Jovem Guarda, como Minha Fama de Mau e Vem Quente que Eu Estou Fervendo, e uma versão de I’ll Be There (lançada pela Motown em 1970) em Com Você, a música mais famosa do álbum.
Você É D+ (1995): mais um álbum com estilo parecido aos anteriores, com mais uma versão da trilha sonora de Grease – Hopelessly Devoted To You, que virou É Cedo pra Amar Assim. A música mais tocada, no entanto, foi Vai Ter que Rebolar.
Dig-Dig-Joy (1996): Sandy e Junior deixam a infância para trás e tornam-se oficialmente adolescentes. A música-título estourou e era uma brincadeira de gestos que rendeu uma coreografia que na época virou febre entre os fãs.
Sonho Azul (1997): Acompanhando o crescimento dos irmãos – Sandy então com 14 e Junior com 13 – e dos fãs que cresciam com eles, é um álbum mais pop e romântico. As baladas Inesquecível (versão de Laura Pausini) e Como Eu te Amo (versão de Whitney Houston) foram trilhas de muitos namoros. Era Uma Vez, com Toquinho, foi tema de novela homônima da Rede Globo, em 1998. E Eu Acho que Pirei, a música mais tocada do álbum, virou tema do seriado que a dupla estrearia na emissora em 1999.
Era Uma Vez ao Vivo (1998): Primeiro álbum ao vivo, gravado em show com direção de Noely, no extinto Olympia, em São Paulo, que ganhou três faixas inéditas – duas versões, uma de My Heart Will Go On, de Celine Dion, que virou Em Cada Sonho (O Amor Feito Flecha), outra de Truly, Madly, Deeply, do grupo Savage Garden, intitulada No Fundo do Coração, além de Cadê Você que Não Está. Foi o primeiro álbum a ultrapassar a marca de 1 milhão de cópias vendidas – mais especificamente 1,7 milhão.
As Quatro Estações (1999): Lançado em outubro de 1999, emplacou cinco singles e consolidou a dupla no posto de maiores ídolos pop do país, além de lançar Sandy também como compositora. São dela as músicas Olha o que o Amor me Faz e As Quatro Estações. O álbum vendeu mais de 2,5 milhões de cópias.
Quatro Estações – O Show (2000): O show que deu origem ao álbum ao vivo, dirigido por Flávia Moraes, era uma superprodução com direito a neve, folhas caindo do teto, cheiro de flores no ar e ondas de calor representando as estações do ano. Além dos grandes sucessos da dupla, foram incluídas três faixas inéditas – A Lenda, Na Boa, Sem Chorar e Enrosca, regravação do hit de Fábio Jr, desta vez na voz de Junior. O álbum vendeu mais de 3 milhões de cópias. Este é aquele disco que, a cada mudança de estação, a internet brinca que “chegou a hora de mudar a capa”.
Sandy e Junior (2001): Gravado parte nos estúdios da Capitol Records, em Los Angeles, e parte em Campinas, o álbum tem algumas releituras, como Chuva de Prata (famosa com Gal Costa) e Endeless Love (dueto de Lionel Ritchie e Diana Ross). Mas tem também composições de Sandy e Junior – Não Dá pra Não Pensar, que se tornou um dos clássicos da dupla, e “Adeus”. Outro grande sucesso do disco foi Quando Você Passa (Turu Turu).
Internacional (2002): Lançado em diversos países, entre Espanha, Portugal, Estados Unidos, México, França e Inglaterra, teve como carro-chefe a canção Love Never Fails, que também trouxe uma versão em português, O Amor nos Guiará.
Ao Vivo No Maracanã (2002): Gravado no estádio do Maracanã, com um público de 70 mil pessoas, o terceiro ao vivo da dupla ganhou como extras versões solo de Sandy cantando “Como É Grande o Meu Amor Por Você” (de Roberto Carlos) e Uninvited (de Alanis Morissette), esta última acompanhada de Junior na bateria. O álbum, duplo, teve como segundo disco um compilado de remixes, versões em inglês de A Lenda e As Quatro Estações e em espanhol de músicas do CD Internacional.
Identidade (2003): Um disco mais autoral, daí o título Identidade, seis de suas 14 músicas levam assinatura de Sandy ou Junior (ou dos dois juntos). Com duas capas, uma com meio rosto de Sandy, outra com meio rosto de Junior, o álbum reforçava as individualidades e gostos de cada um dos irmãos. Foi um disco que deixou ainda mais evidente a maturidade dos cantores.
Sandy & Junior (2006): Se o Identidade foi o reforço de que Sandy e Junior estavam maduros, o disco de 2006 foi uma concretização. Na época do lançamento, Junior descreveu o disco como o mais autoral da dupla. E ele próprio escolheu o produtor do álbum, Sebastian Krys – vencedor de cinco prêmios Grammy e 12 Grammy Latinos. Sandy & Junior recebeu uma indicação ao Grammy Latino, na categoria Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa.
Acústico (2007): Uma grande festa, este é o clima deste que foi o último álbum lançado pela dupla. Lulu Santos, Ivete Sangalo e Marcelo Camelo participam e nele estão todos os grandes sucessos de Sandy e Junior, além de três faixas inéditas – Alguém Como Você, Segue em Frente e Abri os Olhos, esta última escrita por Sandy em parceria com o então noivo, Lucas Lima, que toca viola e fez os arranjos de corda do álbum.
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