O festival Cena Contemporânea 2013, que começou na terça em Brasília e acontece até o dia 1º de setembro, manteve o tom de sua última edição e trouxe uma programação de forte cunho político. Serão 26 espetáculos de dança e teatro que buscam trazer uma reflexão sobre representatividade política e identidade.

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A maior parte dos espetáculos internacionais é inédita no País. Além das criações de Roger Bernat, o público também poderá assistir a obras como 66 Gallery, da diretora francesa Bérangère Jannelle. A peça é uma versão para o afamado poema Uivo, de Allen Ginsberg. Seus versos são uma espécie de manifesto da cultura beat. Mas seu significado não se encerra aí. Também contextualiza a realidade americana na época em que foi lançado, 1956, e faz uma aguda crítica às posturas do Macartismo então vigente. A proposta da diretora é trazer um ator, que é norte-americano e vive em Paris, dividindo a declamação do poema com o próprio Ginsberg, que é projetado num telão. Ao público, cabe fazer um percurso, repleto de sinais do escritor, até conseguir alcançar o palco.

Da Espanha vem a criação La Tristura. Sua proposta é trazer quatro crianças representando questões elaboradas por quatro adultos que os ensaiaram. Cria-se um jogo de espelhos, como se os atores infantis fossem as crianças que os intérpretes adultos foram um dia, refletindo sobre o que fizeram do sonho que tinham e sobre o que se tornaram com a maturidade

A Mulher que Matou os Peixes parte do texto de Clarice Lispector, mas trata-se de uma montagem francesa, do diretor Bruno Bayen. O espetáculo foi criado no Théâtre de La Bastille, por ocasião do Festival de Outono de Paris.

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Na parcela nacional da grade os destaques ficam por conta de Cine Monstro, criação do diretor Enrique Diaz, e de O Duelo, da Mundana Companhia. Dirigida por Georgette Fadel, a peça se baseia em um texto de Chekhov e traz Pascoal da Conceição, Camila Pitanga e Aury Porto no elenco.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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