Qual é o futuro das semanas de desfiles em um mundo ultraconectado, no qual a passarela está exposta no feed do Instagram e o que importa mesmo é o barulho de mídia que os estilistas são capazes de produzir? Bom, de acordo com os últimos movimentos do mercado, esse é um futuro incerto, que depende de um presente altamente desafiador. Nesta quinta, 6, começou a New York Fashion Week, puxando a fila das temporadas de moda internacionais e tentando se recompor depois de dois anos de êxodo de alguns de seus principais estilistas.

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Victoria Beckham anunciou sua mudança para Londres, enquanto Alexander Wang revelou planos de se apresentar fora da programação oficial.

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No ano passado, Tommy Hilfiger iniciou um road show no qual a cada estação arma sua passarela em um canto do mundo. “Queremos aproveitar a energia e a emoção presentes na passarela enquanto ela ainda está armada e tudo está acontecendo”, disse Hilfiger, ao jornal “O Estado de S. Paulo”. Por outro lado, felizmente para a organização dos desfiles em NY, estão de volta as marcas Rodarte e Proenza Schouler, que deixaram a cidade em 2017 para desfilar em Paris.

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Para a IMG, a empresa que comanda o evento, no entanto, ficou mais difícil controlar o show já que apenas um terço dos cerca de 100 espetáculos do calendário oficial ocorrerão no Spring Studios e no Industria, os dois locais “oficiais”. A maioria das grifes agora promove desfiles por toda a cidade em busca de cenários surpreendentes e instagramáveis, entre elas nomes de peso como Calvin Klein, Marc Jacobs e Ralph Lauren. “A emoção da semana de moda é que é um evento – e acho que os eventos estão vivos e passam bem”, disse Ivan Bart, presidente da IMG, em entrevista ao site The Business of Fashion. “A questão é que estamos vivendo o momento das redes sociais.

Estilistas estão pensando em como aproveitar essa oportunidade ao máximo. Queremos ouvir suas demandas e oferecer oportunidades para todas as formas de exibição.”

Em Londres, uma temporada marcada pela intensa programação de desfile de jovens talentos, os holofotes estarão voltados para a estreia de Riccardo Tisci à frente da Burberry. O italiano que por mais de uma década comandou a Givenchy, recolocou a maison entre as mais desejadas do mercado de moda com um mix sexy de referências góticas e cultura de rua.

Outros destaques da semana de moda inglesa, que vai de 13 a 18 de setembro, são o jovem prodígio irlandês J.W. Anderson, um dos mais celebrados de sua geração, os dez anos da grife de Victoria Beckham, uma das primeiras celebridades a se lançar como marca, e o primeiro desfile da apresentadora e influenciadora Alexa Chung.

Na sequência, entre os dias 18 e 24, Milão vira o palco da moda vivendo uma fase de resgate às origens e de reestruturação. A Moncler vai revelar, na quarta, 19, o segundo capítulo do projeto Genius, que reúne designers internacionais na criação de coleções cápsulas em colaboração com a marca. A Emporio Armani, que pulou o desfile masculino em junho, está de volta. Aos 84 anos, Giorgio Armani já declarou que pretende mudar seus formatos tradicionais para causar impacto entre as novas gerações. Nesta estação, a grande ausência por ali será a da Gucci, que decidiu desfilar em Paris – uma perda enorme, especialmente, nessa fase em que o estilista Alessandro Michele recoloca a grife de Florença na vanguarda criativa de moda. Para compensar, fará uma festa em seu QG, em Milão, em parceria com a companhia de dança do coreógrafo Michael Clark.

Os melhores e mais inspiradores momentos da temporada, entretanto, ocorrem em Paris, a semana com mais prestígio e concentração de grifes de luxo. Serão mais de 70 incluindo Chanel, Dior, Saint Laurent e Valentino, entre 24 de setembro e 2 de outubro. Na capital da moda, entretanto, é o desfile da Céline, o primeiro sob a direção de Hedi Slimane, o mais esperado.

Com um guarda-roupa naturalmente elegante e cool sem esforço, a questão é o quanto o estilista pretende chacoalhar esses pilares da marca. Fã de bandas de rock alternativo, apesar de discreto na vida pessoal e profissional, ele não costuma ser do tipo silencioso. Em 28 de setembro, veremos como pretende tocar a Céline – e poderemos medir o seu sucesso de audiência pelo engajamento e o número de curtidas angariado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.