Que tal começar um negócio contando com as ideias e a colaboração financeira de várias pessoas por meio de uma articulação via redes sociais? Essa é a ideia do crowdfunding, que tem como base a contribuição tanto de ideias quanto de recursos financeiros para viabilizar projetos que, de outro modo, provavelmente não se viabilizariam.

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O nome em inglês para essa espécie de “vaquinha virtual” significa financiamento (funding) por intermédio da coletividade (crowd), ou seja, é um financiamento coletivo para novas ideias. Para discutir a ferramenta, Brasília está sediando até hoje (18) o Crowdfunding Festival, com palestras e workshops que pretendem orientar os interessados em atuar na área.

O evento apresenta técnicas e metodologias para ensinar a captação financeira por meio de colaboração coletiva, com apresentação de pessoas que já tiveram sucesso com esse tipo de arrecadação, nas áreas de edição de livros, de informática e música, entre outras. No evento ainda estão previstos shows no final do dia. A programação completa está disponível na página do festival: http://crowdfundingfestival.com.br/site/.

De acordo com o coordenador do festival, o produtor cultural Gledson Shiva, o idealizador de um projeto deve, basicamente, se inscrever em uma plataforma digital de crowdfunding, informar a quantia necessária para viabilizá-lo e o prazo estipulado. Quem contribui, recebe recompensas, como vantagens ou produtos especiais.

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Para ele, o sucesso da maioria dos projetos é garantido por meio da arrecadação de pequenas quantias, algo entre R$ 10 e R$ 20, permitindo que qualquer pessoa se torne um financiador de projetos.

“Os benefícios do crowdfunding são incomparáveis em relação à burocracia de um financiamento tradicional, por meio do Estado ou de bancos, que pedem uma série de cadastros, documentos e comprovações. Se elaborada de forma completa, uma campanha pode ter muito sucesso. O financiamento coletivo é uma forma viável de captar recursos, viabilizar projetos e concretizar ideias”, explicou Shiva.

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Segundo a organização do festival, em outros países, como nos Estados Unidos, quantias altas são arrecadadas por meio do crowdfunding. Estima-se que o volume global das arrecadações solidárias tenha alcançado R$ 2,7 bilhões em 2012, 81% a mais do que em 2011. Para 2013, a projeção é que se chegue aos R$ 5,1 bilhões. No Brasil, a maioria dos projetos é nas áreas de cultura, esportes e artes.

Essa modalidade de financiamento tem sido a expectativa da banda de pop rock Lorem, que espera a avaliação da curadoria de duas plataformas de cowdfunding. “Como tem muita gente interessada nesse tipo de arrecadação, a avaliação demora. As curadorias são bem exigentes em relação aos projetos apresentados. As plataformas são mais ou menos simples de usar. No nosso caso, tivemos ajuda, caso contrário, não teria sido simples montar um projeto que competisse, de fato, com os outros”, disse o produtor da banda, Paulo Lobo.

Uma dúvida inevitável surge quando se fala em contribuição: “e o que eu ganho em retorno”? De acordo com Gledson Shiva, quando o valor das arrecadações é baixo – o que facilita a execução do projeto –, brindes, créditos, lembrancinhas ou pequenas vantagens servem de estímulo.

Situações usuais são as de músicos, bandas ou atletas, em que os próprios fãs contribuem pelo fato de gostar do trabalho para o qual estão colaborando. O mesmo ocorre com arrecadações para causas sociais, como projetos ambientais ou de direitos humanos – há uma tendência a se contribuir quando a pessoa se identifica com a ideia.

Essa desconfiança em relação ao uso do capital arrecadado ainda é um desafio a ser transposto, assim como o receio que muitas pessoas têm de fazer pagamentos pela internet, por meio de cartão de crédito – já que as formas de crowdfunding são via rede.

“De um modo geral, o projeto é explicado por meio de um vídeo, em que a pessoa explica qual a sua história, proposta e o que pretende fazer. São alguns minutos em que a pessoa pode se convencer da credibilidade da ideia”, disse Shiva.