A Record justifica os cortes por causa da queda na receita vinda da publicidade. É um efeito dominó: os consumidores deixam de comprar, as lojas sentem a crise e diminuem a propaganda. As verbas federais também diminuíram. A participação da Record no bolo publicitário federal diminuiu de 18,6% em 2011 para 15,5% em 2012.
Na emissora do bispo Macedo a crise abre espaço para a Igreja Universal. Segundo o jornalista Nelson de Sá, da Folha de São Paulo, a estimativa que se ouve, dentro da própria Record, é que a igreja responde por cerca de R$ 500 milhões anuais da receita. E os números vêm crescendo, com horários agora também à tarde, durante o Balanço Geral.
O vice-presidente da Record e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) – que já apresentou o programa “Fala que Eu te Escuto” -, Honorilton Gonçalves, admite que “a igreja é uma grande cliente da Record”, mas garante que ainda não há previsão de novos programas religiosos na grade. Sobre os cortes ele não faz previsão.
“Estamos ainda na fase de estudos, não temos como precisar quantos [cortes] serão. Quanto aos programas, o mercado [anunciante] vai dizer quem vai continuar”, . Outras mídias aumentam o desafio das TVs abertas. O setor já trabalha hoje com a percepção de que o Google, não mais a Record ou a Abril, é o segundo grupo em publicidade no país, só perdendo para a Globo.
