Luiza Dantas/Carta Z Notícias
Fernanda: "De cara fiquei feliz, mas depois bateu a insegurança".

Nem a própria Fernanda Vasconcellos poderia imaginar que voltaria às novelas tão cedo. Explica-se: na reta final da última temporada de Malhação, a atriz foi avisada que Betina, sua personagem de estréia na tevê, sairia da trama. Mas a tristeza da bela paulistana de 21 anos durou pouco. Dias depois de ser dispensada do "folheteen", Fernanda foi convidada por Jayme Monjardim, diretor de Páginas da Vida, para participar da novela de Manoel Carlos. Seriam apenas três semanas no ar, mas sua personagem, a Nanda, era o estopim de todas as outras tramas na história.

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Nanda é uma brasileira que vai estudar História da Arte em Amsterdã, na Holanda. Lá conhece Léo, personagem de Thiago Rodrigues, com quem se envolve e fica grávida de gêmeos. Nanda enfrenta a rejeição de Léo, que irá deixá-la após saber da gravidez e acaba morrendo no parto em que dá à luz uma menina portadora de Síndrome de Down e um menino saudável. "De cara fiquei feliz, mas depois bateu a insegurança de fazer uma novela das oito", confessa.

A rápida saída, no entanto, não desmotiva Fernanda. Ao contrário, a atriz acredita na singularidade de Nanda. "Acho ela uma mulher forte e guerreira. Abriria mão de outro papel para viver essa história", valoriza. Para compor a personagem de Páginas da Vida, a atriz se dedicou a aulas de voz, expressão corporal, postura e até de gestos. Tudo, porém, antes de gravar com Jayme Monjardim. O objetivo foi chegar limpa de vícios para as gravações na capital holandesa onde fez as primeiras cenas. Foi durante os trabalhos em Amsterdã que Fernanda descobriu como conduzir o papel. Ao chegar à cidade, a atriz sentiu-se envolvida pelo frio e pelo clima dos endereços escolhidos pelo diretor. "Estar lá contribuiu muito para que eu conseguisse perceber melhor como era a Nanda", recorda.

Muito além das novidades proporcionadas pela viagem à Holanda, tudo na trama das oito da Globo é novo para Fernanda. Desde detalhes como figurinos e cenários até número de câmaras, o trabalho na novela é bastante diferente da época em que a atriz vivia a idealista Betina, em Malhação. Das diferenças mais notáveis, Fernanda cita logo o texto de Manoel Carlos. Para quem até então só havia gravado como aluna do Múltipla Escolha, principal cenário do "folheteen" da Globo, os diálogos mais longos e densos do autor foram logo percebidos nas primeiras cenas. "Achei leves os textos do Maneco. São como os diálogos do dia-a-dia. Por isso, os textos fluem e se auto-explicam", elogia.

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As novidades são tantas que Fernanda está tensa por se preocupar em corresponder às expectativas do autor e do diretor nesses primeiros capítulos de Páginas da Vida. "Eles acreditaram no meu potencial! Mas quero que as pessoas se envolvam com a Nanda", torce. Independentemente da repercussão da personagem, a atriz está em lua-de-mel com a profissão. Uma jornada totalmente fora dos planos para ela que, até antes de estrear na tevê, cursava o quarto período de Direito em São Paulo e nunca havia feito um curso ou peça de teatro. "É uma profissão fascinante, mas sei que é fundamental continuar estudando", pondera.

Páginas da Vida Globo, de segunda a sábado, às 21h.