Quinteto Villa-Lobos populariza música de câmara

QVL_DSC_0074.jpgQuando o Quinteto Villa-Lobos decidiu, na década de 70, enriquecer sua proposta de divulgar a música brasileira de câmara com a inclusão de compositores populares em seus programas, deu um acertado passo para ganhar platéia. É essa mescla de estilos que o público poderá apreciar, neste domingo (4), em única apresentação do quinteto em Curitiba, no Teatro UnicenP. O espetáculo encerra o ciclo Semanas do Modernismo Brasileiro, dentro do programa Domingo no Câmpus, proposta do UnicenP – Centro Universitário Positivo que conjuga lazer e cultura nas manhãs de domingo, com um tema diferente a cada mês.

O Quinteto Villa-Lobos é integrado atualmente por Antonio Carlos Carrasqueira (flauta), Luis Carlos Justi (oboé), Paulo Sergio Santos (clarinete), Philip Doyle (trompa) e Aloysio Fagerlande (fagote), instrumentistas que exercem atividades como solistas em todo o Brasil e no exterior, com diversas gravações de CDs solo. Ao longo de seus 43 anos de existência, o Quinteto já teve outras formações, das quais fizeram parte Celso Woltzenlogel (flauta), Carlos Gomes (trompa), Airton Lima Barbosa (fagote), Paulo Nardi (oboé), Wilfrid Berk (clarineta), Carlos Rato (flauta), Carlos Gomes (trompa) e Eros Martins (oboé).

Formado em 1962, o quinteto de sopros iniciou suas atividades artísticas acompanhando a Caravana Cultural de Pascoal Carlos Magno, por inspiração do fagotista Airton Barbosa. No princípio, dedicou-se a interpretar obras baseadas em temas do folclore brasileiro. Realizou, até 1964, diversas apresentações pelo Nordeste e, em seguida, por outras regiões do país e pela América Latina.

Em 1966, gravou o LP "Quinteto Villa-Lobos". Nesse mesmo ano, apresentou-se, ao lado de Edu Lobo, Nara Leão e Samba Trio, no show "5 na bossa". O show gerou disco homônimo.

Popular

O contato com o choro veio através de Radamés Gnattali e Heitor Villa-Lobos. Aliás, a primeira gravação dos "Choros de Câmara" foi realizada pelo Quinteto. Os músicos passaram então, na década de 70, a interpretar o gênero não apenas da forma erudita, mas principalmente na forma original (popular).

Essa proximidade com a música popular levou o Quinteto Villa-Lobos a registrar, em 1977, obras de Ernesto Nazareth, Zequinha de Abreu, Paulinho da Viola, Pixinguinha, K-Ximbinho, Pattápio Silva, Benny Wolkoff e Anacleto de Moraes, no LP "Quinteto Villa-Lobos interpreta". Dois anos depois, lançou um disco contendo composições de Mário Tavares, Radamés Gnattali e Ernest Widmer. Ainda em 1979, gravou a trilha sonora do filme "O grande palhaço".

O grupo já se apresentou na maioria das cidades brasileiras e, em nível internacional, realizou uma turnê pela América do Sul promovida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, além de ter aberto as comemorações do ano Villa-Lobos em Paris, na Unesco, em 1987.

Sua preocupação em fazer uma música que falasse a todos os tipos de público levou o Quinteto a participar, entre 1998 e 2000, de um projeto da Prefeitura do Rio de Janeiro que promoveu apresentações didáticas em escolas do município, sempre enfatizando o repertório brasileiro, inclusive encomendando obras inéditas a compositores cariocas. Nesse projeto, o Quinteto apresentou-se também nas Lonas Culturais mantidas pela Secretaria Municipal de Cultura/RioArte e em espaços mais tradicionais como a Sala Cecilia Meirelles, o Teatro do Planetário da Gávea e o Teatro Carlos Gomes.

Discografia


A discografia do Quinteto Villa-Lobos seguiu fértil. Em 2000, gravou o CD "Fronteiras", contendo obras de Guinga, Hermeto Pascoal, Gilson Peranzetta, Edino Krieger e Ronaldo Miranda, todas dedicadas ao grupo. Nesse mesmo ano, em comemoração aos seus 35 anos de existência, lançou o CD "Quinteto em forma de choros", contendo um repertório especialmente escrito para o grupo.

Em 2001, apresentou-se, ao lado de Egberto Gismonti, no Festival "Tocar La Vida", na Argentina. Ainda nesse ano, recebeu o Prêmio Carlos Gomes, em sua primeira versão com abrangência nacional, como Melhor Grupo Camerístico do país.

Além de realizar recitais, tem participado de trabalhos de outros artistas como o CD "Piazzollando", o segundo CD do compositor Guinga, o novo disco da cantora portuguesa Eugénia Melo e Castro, com arranjos de Wagner Tiso, e o songbook de Edu Lobo.

Em 2002, lançou o CD "Quinteto Villa-Lobos convida", contendo as faixas "Seu Tonico na ladeira" e "Lis", ambas de Marco Pereira, "Lamentos" (Pixinguinha), "Luiz, Eça é pra você", "Choro do lobo" e "Dois na rede", as três de Gilson Peranzzetta, "O chinês e a bicicleta" e "Monsieur Binot", ambas de Joyce, "Canibale" e "Destino Bocayuva", ambas de Guinga, "Implicante" (Jacob do Bandolim) e "Escorregando" (Ernesto Nazareth). Participaram do disco, como convidados, Marco Pereira, Gilson Peranzzetta, Joyce, Guinga e o grupo Água de Moringa.

Para a apresentação no UnicenP, o Quinteto Villa-Lobos escolheu a Suíte para Quinteto de Sopros, de Oscar Lorenzo Fernandes (1897-1948); Quatour para sopros, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959); La Cheminée du Roi René, de Darius Milhaud (1892-1974); Ária da Bachianas Brasileiras nº 5 e O Trenzinho do Caipira, da Bachianas Brasileiras nº 2, ambas de Heitor Villa-Lobos.

Serviço
Quinteto Villa-Lobos
Semanas do Modernismo Brasileiro ? Domingo no Câmpus
Dia 4 de setembro (domingo) às 11 horas
Teatro UnicenP (Rua Pedro Viriato Parigot de Souza 5300, Campo Comprido)
Ingressos a R$ 30 e R$ 10 (estudantes).

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