O Quinteto Villa-Lobos mapeia a produção brasileira de 1926/1974 e recupera, em CD, raros e inéditos manuscritos. O CD duplo, Quinteto de sopros brasileiros (selo Rádio Mec, com patrocínio da Petrobras) é um panorama abrangente das obras escritas para quintetos, pelos nossos compositores, e constitui uma amostra sem paralelo do repertório para sopros da música de câmara brasileira.
A turnê de lançamento do CD inicia-se por São Paulo, segue para Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis. Aqui, o show será neste domingo, às 20h, no Teatro Paiol (Largo Guido Viaro, s/nº). ?Optamos por não incluir nesta seleção obras já gravadas pelo grupo anteriormente, como por exemplo os quintetos de Radamés Gnattali e Edino Krieger, ou o Quinteto em forma de choros, do Villa-Lobos?, ressalta Aloysio Fagerlande, fagotista do conjunto. Estas peças estão presentes em Quinteto em forma de choros e no CD A obra de Câmara para sopros, de Heitor Villa-Lobos.
O projeto completo do Quinteto Villa-Lobos abrange também a recuperação de obras ainda não editadas, com a digitalização dos manuscritos de compositores como Claudio Santoro, Osvaldo Lacerda, Marlos Nobre, Guarnieri, Mignone, Blauth, Vasconcelos Correia e Lindembergue Cardoso. Das treze obras escolhidas para o CD duplo, oito foram gravadas pela primeira vez. O quinteto contribui, assim, para a preservação do acervo brasileiro, deixando o legado para as gerações futuras.
Quintetos de Sopro brasileiros marca diversas comemorações. A começar pelos 45 anos de atividades ininterruptas do grupo, sempre afinado com a identidade brasileira. Há dez anos com a mesma formação, o Quinteto Villa-Lobos é formado por Aloysio Fagerlande (fagote), Philipe Doyle (trompa), Toninho Carrasqueira (flauta), Luis Carlos Justi (oboé) e Paulo Sergio Santos (clarineta).
O Quinteto
Antônio Carrasqueira, flauta.
Detentor de vários prêmios nacionais e internacionais, Carrasqueira tem dezenas de CDs gravados e uma história de concertos por todo o mundo. Professor da Universidade de São Paulo, é freqüentemente convidado para ministrar masterclasses no mundo todo. Com um repertório que abrange desde o período barroco à música eletroacústica, seus últimos trabalhos são dedicados a compositores brasileiros.
Luís Carlos Justi, oboé.
Estudou com Ernst Mahle e José Davino Rosa. Foi aluno de Ingo Goritzki, na Escola Superior de Música e Teatro de Hannover, Alemanha. De volta ao Brasil, foi professor de oboé na Universidade de Campinas (UniCamP). É mestre em música brasileira e professor de oboé e música de câmara na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio).
Paulo Sérgio Santos, clarinete.
Fez seus estudos com José Botelho, Jayoleno dos Santos e José Carlos de Castro. Atuou como primeiro clarinetista da Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e, em 1986, integrou a Filarmônica Mundial, regida por Lorin Maazel. É artista com prêmios no Brasil e no exterior, tanto na música clássica, como na popular.
Philip Doyle, trompa.
Começou seus estudos na Watford School of Music. Foi aluno de Adrian Leaper, e, no Brasil, formou-se, na Uni-Rio, na classe de Zdenek Svab. Aperfeiçou-se com Norman Schweikert, Roland Pandolfi e com Gregory Hustis. Já atuou com as orquestras Jean Françõis Paillard, de Câmara da Bulgária e jovem da América Latina.
Aloysio Fagerlande, fagote.
Foi responsável pela a 1.ª audição moderna do ?andante et Variations? para fagote e orquestra de Sigismond Neukomm, em Paris. Integrou, como 1.º fagote, as principais orquestras do Rio de Janeiro. É mestre em seu instrumento pela Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde leciona atualmente.