Confesso que nunca dei muita atenção para esse chamado ?terror para adolescente?. Esse tipo de filme reúne tudo o que há de clichê na linha de suspense/terror, além de sempre colocar as situações mais estapafúrdias possíveis.
Ao ler a sinopse de A Casa de Cera, logo de cara vi que seria mais um dos 34767385 filmes existentes do gênero (viu um, viu todos), ou seja, um bando de adolescentes que irão viver situações de pânico com algum serial kil-ler, de imaginação muito fértil, armado com uma faca ou outro objeto cortante (machado, tesoura, serras, cortando e perfurando, está valendo!), que mata todo mundo porque os pais não deram um autorama no Natal quando ele era criança.
Pois bem, como se isso ainda não bastasse, percebo um nome ?conhecido? no elenco: a da patricinha de formação, e dublê de atriz nas horas vagas, Paris Hilton.
A Casa de Cera não é um filme ruim. É horrível, grotesco, repugnante, escatológico e pretensamente assustador, já que os ?sustos? que a gente leva não passam de meros truques de subir o background e de velhos clichês do gênero.
Desde a atuação dos ?atores?, passando pelo roteiro e pela história, nada se salva nesse filme. Os personagens, dos mocinhos aos vilões, são estereotipados. Parece que eles seguiram as receitas de todos os outros 34767385 filmes de terror teen, isto é, você vai se deparar com a mocinha de princípios, sua melhor amiga (que sempre acaba morrendo), o namorado da melhor amiga (cujo destino é o mesmo de sua namorada), o cara tapado e bobo (adivinhem o que acontece com ele? Ganha um doce quem souber!), o namorado da mocinha (que das duas uma: ou ele sobrevive ou é o primeiro a levar uma machadada na cabeça), o bad boy (que também morre logo nos primeiros minutos ou sobrevive no final e ainda vira bonzinho) e, é claro, o doido varrido que mata todo mundo sem motivo aparente (ou àquela razão que citei logo no segundo parágrafo).
Todavia, não é o lugar comum do filme que causa tanta repulsa. O que torna A Casa de Cera insuportável é a violência em que os personagens vão sendo assassinados. O.k., não esperava que o psicopata fosse carinhoso com suas vítimas, longe disso, mas francamente, não havia necessidade de tantas mutilações e de tantos detalhes em mostrar a agonia das vítimas.
Se mesmo com tudo o que foi escrito você, caro leitor, resolver encarar A Casa de Cera, não venha dizer que eu não avisei. Aproveitem para assistir Star Wars III, Cruzada, ou qualquer outro filme que justifique sua ida até o cinema.
Flávio Augusto Laginski/Paraná-Online