A própria Malu Mader não sabe explicar direito por que ficou tanto tempo sem fazer novelas. Longe dos folhetins desde 1999, quando interpretou a cortesã Esther de Força de um Desejo, a atriz só sabe dizer que seu exílio voluntário se deve a um certo “cansaço” mesmo. Natural, acredita. Afinal, ela faz novela desde que estreou na Globo, aos 16 anos, em Eu Prometo, a última de Janete Clair.
Como Celebridade, a nova novela de Gilberto Braga, foi adiada duas vezes, Malu aproveitou para fazer cinema: produziu Bellini e a Esfinge, de Roberto Santucci, baseado no livro do marido, Toni Belotto, e atuou em Sexo, Amor e Traição, de Jorge Fernando. “Eu me sinto na obrigação de só trabalhar por paixão. Não dá para fazer no piloto automático ou coisa parecida. Tem de ter paixão”, reforça.
Mesmo com toda a paixão, Malu sentiu um “friozinho na barriga” ao ser convidada por Gilberto. “Meu Deus, como vai ser essa volta? Já faz tanto tempo…”, inquietava-se. Mas logo a inquietude passou ao receber os 12 primeiros capítulos da novela. Ela garante que, há muito, não ficava tão empolgada ao ler uma história como ficou ao ler a de Maria Clara, uma bem-sucedida empresária do “show biz” que, logo no começo da trama, sofre um seqüestro e fica paranóica com os reveses da fama.
Esperando Braga
Para evitar o desgaste ao fazer novela, que considera quase inevitável, Malu se cerca de alguns cuidados. Um deles diz respeito à quem está por trás da novela. Se for Gilberto Braga, ótimo. Afinal, ele assinou duas novelas e três minisséries das muitas que Malu Mader já fez. “Temos plena confiança um no outro”, justifica. O outro cuidado está relacionado com quem Malu vai trabalhar nos próximos oito, nove meses de sua vida. Se for numa “roda de amigos”, como Cláudia Abreu, Júlia Lemmertz e Isabela Garcia, por exemplo, melhor ainda. E explica o porquê. “É claro que eu quero que a novela faça sucesso. Mas algumas das novelas que mais gostei de fazer, como O Mapa da Mina e Força de um Desejo, nem fizeram tanto sucesso assim. O que me interessa, na verdade, é ir feliz para o trabalho”, esclarece.
Mas, no caso específico de Celebridade, Malu admite que gostou e muito do mote da história. Primeiro, porque tanto atriz quanto personagem são figuras públicas que vivem às voltas com a tão propalada superexposição na mídia. “Hoje em dia, ninguém precisa ter feito algo de valor ou importante para se tornar conhecido e assediado”, lamenta. E segundo porque, a exemplo de Malu, Maria Clara também possui forte ligação com a música. Não por acaso, a personagem vai trazer ao Brasil diversos astros da música pop internacional, como Alanis Morrissette, Simply Red e, quem sabe, Paul McCartney. “Recentemente, tive o privilégio de assistir a um show dele em Paris. Logo no primeiro acorde, caí no choro. Eu, o Toni e o estádio inteiro”, exagera.
Família
Embora já esteja mais do que acostumada ao assédio do público, Malu se mostra reservada. “Com o passar do tempo, você passa a querer ficar mais na sua, reclusa, curtindo a família…”, confessa. Por essas e outras, ela evita usar um vestido muito ousado quando lembra que ele pode chamar mais a atenção do que gostaria. A certos lugares, acrescenta, também evita ir. Shopping-center no sábado à tarde, por exemplo, nem pensar… “Sempre encarei a fama com tranqüilidade. Mesmo porque eu sonhava em ser atriz e não em ficar famosa”, observa.
Nos próximos meses, Malu vai ter pouco tempo mesmo para ir a algum lugar que não seja o Projac, o complexo de estúdios da Globo. A única exceção deve ser o sítio da família em Penedo, na região serrana do Rio. Por via das dúvidas, ela já avisou aos filhos João e Antônio, de oito e seis anos, de um eventual “sumiço” da mãe. “Mas acho até que eles vão agradecer a Deus por se verem livres de mim por um tempo”, brinca.