A eterna linda mulher está de volta em O Sorriso da Mona Lisa, que estréia hoje em todo o Brasil. Dessa vez Julia Roberts é Katherine, professora de arte no exclusivíssimo Wellesley College, em 1954. Wellesley é uma escola de elite, para onde vão as garotas mais ricas e chiques da América.
Katherine chega cheia de idéias, querendo influenciar essas moças. Tem um choque logo na primeira aula. Elas sabem tudo sobre as obras de arte que mostra – mas sabem superficialmente, informações adquiridas em compêndios de boas maneiras, contando aquilo que moças de boa família devem saber para manter uma conversação agradável no convívio social.
O objetivo final das moças do Wellesley College é o casamento. Katherine vai subverter esse quadro. Vai influenciá-las para tentar algo diferente, para ousar mais, num momento em que o sonho americano de sucesso e dinheiro e o ideal de felicidade da América começam a soçobrar. No processo, será influenciada, também.
“Foi o que me pareceu mais interessante no papel”, ela explica. “Katherine está muito à frente de seu tempo. Também personifica o que há de melhor no espírito de quem trabalha com educação – respeita a individualidade e leva as alunas a testarem seus limites.” Se tivesse sido professora, como pensava, antes de virar atriz, Julia gostaria de ser assim.
E não é só Katherine que a fascina. A época também: “É o ponto de partida da revolução que vai tornar a voz da mulher mais ouvida na sociedade. Sem a revolução de Katherine, não chegaríamos a Erin Brockovich, mais tarde”, diz. É um filme de mulheres. Julia concorda, mas faz uma observação: “Acho que os homens também poderão encontrar material para reflexão em O Sorriso de Mona Lisa. No limite, é um filme sobre a luta do indivíduo, tanto faz que seja homem ou mulher, para encontrar seu lugar na vida e a maneira de dar o melhor de si.”
No filme, sua personagem ganha o respeito das alunas, mas perde no amor. O que Julia pensa disso? “O importante é usar nossos fracassos como forma de autoconhecimento e não como barreiras intransponíveis.”
