O escultor Auguste Rodin (1840-1917) estava no auge de sua carreira quando o poeta Rainer Maria Rilke (1875-1926) foi incumbido de escrever um estudo sobre a obra e a maneira como o célebre francês criava e transmitia sua arte. O texto final encontra-se em Auguste Rodin, publicado pela Nova Alexandria, em tradução de Marion Fleischer e apresentação de Flávio Quintiliano, acrescido do original de uma conferência e de outros textos de Rilke sobre esculturas e desenhos do mestre, além da produção das obras comentadas.
Escrito em 1903, o ensaio de Rilke analisa algumas das principais esculturas de Rodin, como O pensador, O beijo, A porta do inferno, O monumento a Victor Hugo e Danaide, entre outros, e conduz o leitor a uma compreensão sensível da personalidade do artista e de seu processo de criação.
Controvertido em sua época, inclusive pelo envolvimento com Camille Claudel, Rodin é visto por Rilke em seus textos como um artista capaz de trazer a inovação artística ao moldar suas figuras em toda a sua naturalidade, sem máscaras e artifícios. Esse talvez seja o segredo de Rodin ter alcançado tanta popularidade.
A amizade de Rainer Maria Rilke e Rodin foi intensa e profunda, marcada por uma grande admiração do poeta, que se tornou seu secretário por quatro anos.