Quando a festa não tem hora para acabar

A Festa nunca termina (Inglaterra, 2002) leva à tela do Cine Ritz a partir de hoje a história de um dos mais férteis e memoráveis períodos da música pop britânica dos últimos tempos. Flagra uma cidade em plena ebulição – de criação e diversão. Seus personagens, sua trilha sonora orgulhosamente produzida por suas bandas-crias. Trata-se da Manchester dos anos 80. Cidade industrial que tratou de produzir bom rock também em série, dando ao mundo nomes como Joy Division, New Order, Stone Roses e Happy Mondays.

A história gira em torno de um jovem esperto chamado Tony Wilson. Ainda na universidade e envolvido pelo espírito do it yourself dos punks (não à toa bandas como Sex Pistols e Clash são retratadas como influências decisivas), ele descobriu no ramo musical uma oportunidade de fazer fama e riqueza, sempre com muita diversão. Interpretado pelo ator Steve Coogen, Wilson foi um desses visionários que abriu um pequeno selo com amigos e, no decorrer do tempo, acabou modificando a própria história.

O primeiro empreendimento de Wilson chamou-se Factory. O objetivo era lançar discos de artistas locais que começavam a se destacar nos palcos da cidade.

Em maio de 1980, a banda mais importante da Factory teve seu caminho interrompido por uma tragédia. No meio da badalação de público e crítica, o atormentado vocalista do Joy Division, Ian Curtis, enforcou-se sem esperar pelo lançamento do tão aguardado álbum de sua banda, Closer. Seus companheiros de banda decidiram seguir em frente, com novo nome e novo direcionamento musical. Rebatizado New Order, o grupo adicionou uma tecladista, tirou as guitarras da linha de frente e passou a flertar com batidas de hip hop e a evolução tecnológica de sintetizadores, seqüenciadores e batidas eletrônicas. Logo (mais precisamente em 1983) viria a estourar nas paradas, fazendo de Blue Monday o compacto mais vendido da história fonográfica britânica até então. Paralelamente a isso, Tony abriu o clube noturno Haçienda, que não tardou a tornar-se sinônimo do trinômio sexo-drogas-rock?n?roll.

Esses dois acontecimentos – a guinada bem-sucedida do New Order e o estouro de popularidade do Haçienda, que tornou-se famoso por unir o peso das guitarras com batidas dançantes e exportar para todo o planeta – formam a base para o diretor Michael Winterbottom contar a história de Wilson e apresentá-lo como um histriônico personagem, capaz de conduzir de forma irresistivelmente romântica seus negócios e excessos.

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