A criatividade e a ousadia de produtores universitários refletidas em vídeo produções de curta duração é o que poderá ser conferido durante a 7ª edição do Festival Universitário de Cinema e Vídeo de Curitiba (Putz), que começou ontem, em Curitiba.
O festival, que segue até sábado, exibirá mais de 60 curtas-metragens dentre 226 inscritos. Neste ano, o evento acontece em dois lugares: no Teatro do HSBC e no Paço da Liberdade Sesc Paraná.
Além das mostras competitivas Trash e Videoclipe e Oficial, com todas as outras categorias (ficção, documentário e animação), neste ano o festival conta com a Mostra Olhares, com curadoria e participação de representantes dos festivais Curta Santos (SP), VideVídeo (RJ), Perro Loco (GO) e REC (ES), em que são apresentados a produção local de cada região. Somados aos filmes da mostra, deverão ser exibidos cerca de 100 filmes até o final do festival.
Além das premiações do júri oficial do Putz, os participantes concorrem aos prêmios de Melhor Filme pelo Júri Jovem, formado pelo Júri Universitário e por estudantes do Ensino Médio de Curitiba e Região Metropolitana. Um participante ainda leva uma bolsa integral no curso de Cinema Digital, no Prêmio Estímulo Centro Europeu.
Durante a abertura do festival, na noite de ontem, foi exibido o longa Onde andará Dulce Veiga?, com a presença do diretor Guilherme de Almeida Prado, que participou de um bate-papo sobre produção de cinema.
Os debates deverão se repetir durante as noites do evento com os realizadores dos filmes subindo ao palco para conversar com o público após as exibições. Segundo Leticia Fontanella, uma das organizadoras do Putz, para este ano foram excluídas três categorias (vídeo reportagem, institucional e publicitário).
O resultado foi uma queda no número de inscritos, na comparação com o ano passado (272). “Como os vídeos são sempre exibidos juntos, alguns destoavam. Quando passava um trash e em seguida vinha um institucional, muita gente não gostava. Como há outros festivais específicos para vídeos de comunicação, achamos melhor restringir o diversidade das categorias”, explica.
Leticia ressalta que o festival incentiva a produção de vídeos entre jovens profissionais. “Além de mostrar que é possível fazer cinema universitário de qualidade, o Putz é uma oportunidade para interagir com pessoas capacitadas que não chegam com tanta frequência a Curitiba”, diz.
Letícia destaca o Putz desse ano como o que deve reunir o maior número de cursos entre todas as edições. Até o fim de semana, serão realizados debates e cursos com os críticos Cássio Starling Carlos e Tatiana Monassa, o professor Pedro Plaza e Rodrigo Bouillet, do Projeto Cine Mais Cultura.
“Vamos falar das tendências da produção de curtas nos últimos cinco anos e do eventual aumento de produções de filmes experimentais, que partem do abstrato”, prevê Tatiana Monassa, que atua como editora da revista Contratempo (www.contratempo.com.br).
A programação do Putz é gratuita e aberta ao público. Para participar é necessário fazer inscrição no site do festival ou retirar ingressos no Paço da Liberdade ou no Teatro do HSBC uma hora antes da mostra.
O Putz nasceu no curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Paraná em 2000. Alguns alunos decidiram criar uma mostra para exibir os vídeos produzidos no curso.
A idéia deu certo e quatro anos depois o festival foi aberto a todas as universidades brasileiras e ganhou uma nova versão: Festival Universitário de Cinema e Vídeo de Curitiba. Mais informações em www.putz.ufpr.br.