Apenas uma ficção brasileira – “Rosa Morena”, de Carlos Oliveira, coprodução com a Dinamarca – foi selecionada pelo público e está entre os 12 longas da categoria que concorrem ao prêmio da Mostra. Embora seja um grande, imenso evento de cinema, a Mostra tem um público de cinéfilos que parece não se interessar muito pela produção nacional. Estamos falando da parte ficcional. Sessões como a da versão restaurada de “Ainda Agarro Essa Vizinha”, de Pedro Rovai, um marco da pornochanchada, chegaram a ser melancólicas, tão reduzido era o público.
Mas não há do que reclamar. Os espectadores da Mostra preferem os documentários brasileiros e dois deles estão entre os sete que disputam o troféu Bandeira Paulista de 2010 – “Camponeses do Araguaia – A Guerrilha Vista por Dentro”, de Vandré Fernandes, e “O Samba Que Mora em Mim”, de Geórgia Guerra-Peixe.
A Mostra acredita na democracia e, em matéria de eleição, o voto popular é soberano. Leon Cakoff e Renata de Almeida assinam a curadoria e selecionam os títulos que compõem a seção Primeiros Diretores. Em cima da pré-seleção que eles fizeram, o público escolhe os finalistas ao troféu Bandeira Paulista, uma criação da artista plástica Tomie Ohtake.
Desde ontem, o júri internacional já assiste a esses filmes. A premiação será na noite de quinta-feira, seguida de uma mudança importante na programação. A Mostra deveria encerrar-se com o novo filme de François Ozon, mas surgiram problemas de ordem técnica e “Potiche” está sendo substituído por um filme que pode ser melhor ainda – pelo menos, é uma das grandes promessas anunciadas do cinema norte-americano neste final de ano.
Pelo muito que se tem falado de “Rede Social”, sobre a criação do Facebook – e pela extraordinária importância de seu autor -, o novo longa de David Fincher é aguardado como “filme de Oscar”. E o público da Mostra vai vê-lo em primeira mão no Brasil.
