São Paulo – O cinema documental brasileiro foi um dos principais vencedores da 26.ª Mostra BR de Cinema – Mostra Internacional de Cinema em São Paulo que termina hoje à noite, com a divulgação dos vencedores, eleitos pelo público, crítica e júri. Edifício Master, de Eduardo Coutinho, foi escolhido pelos jornalistas como melhor documentário, enquanto o público preferiu Jogando Boliche por Columbine. Entre os de ficção, Kedma, de Amos Gïtai, foi escolhido pela crítica, que votou ainda em Japón, do mexicano Carlos Reygadas, como a revelação da mostra. O público preferiu o argentino O Filho da Noiva, de Juan José Campanella, que concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro, seguido de Fale com Ela, de Pedro Almodóvar, e O Pianista, de Roman Polanski. Ainda na votação popular, Cama de Gato, de Alexandre Stocker, ganhou como melhor brasileiro. Os escolhidos do júri serão anunciados hoje à noite. Todos os principais votados serão exibidos a partir desta sexta-feira e até quinta-feira nas salas 1 e 3 do Cineclube DirecTV e até quarta, no CineSesc. Kedma é ambientado em 1948, pouco antes da criação do Estado de Israel e conta a história de um grupo de judeus que desembarca no meio do fogo cruzado entre o Exército britânico e a polícia secreta judia. Inteiramente rodado em longos planos-seqüência e em película, o filme é impactante por tratar justamente da criação de um mito, o próprio Estado israelense. E o final é, no mínimo, perturbador. Já Edifício Master comprova a eficiência de Eduardo Coutinho no documentário. O filme é inteiramente rodado em um prédio de Copacabana, onde são entrevistados 27 de seus moradores, que vivem em apartamentos conjugados. São tipos diversos, desde um treinador de futebol que perdeu o emprego por se desnudar no campo em protesto aos desmandos da Federação Carioca de Futebol até uma garota de programa. Da aparente simplicidade, surgem histórias tocantes. Japón, filme de estréia de Carlos Reygadas, é de difícil mas rara fruição ao mostrar a relação entre um homem e uma mulher idosa, que principia como a de um patrão e um empregado, evolui para a de mãe e filho e culmina na transformação de ambos em amantes. O público, que não descobriu seus encantos (o longa não ficou nem entre os 20 mais votados), tem agora a chance derradeira para uma revisão, pois o filme não tem previsão de estréia comercial. O Filho da Noiva mostra o cotidiano de um homem divorciado que se dedica ao restaurante fundado pelo pai. Destaque para a tocante interpretação de Norma Aleandro e Héctor Alterio. E um braço da mostra alcança, a partir desta sexta-feira a sala 4 do Shopping Parque Dom Pedro, em Campinas. O Grupo Severiano Ribeiro fechou acordo com a Mais Filmes para exibir longas de arte: 14 filmes da mostra serão exibidos até quinta-feira.
Público e crítica elegem melhores da Mostra
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