A médica Richelle Cooper, que atendeu o cantor Michael Jackson no pronto-socorro no dia de sua morte, disse aos jurados nesta segunda-feira que o cardiologista Conrad Murray não mencionou que havia ministrado o poderoso anestésico propofol em seu paciente, embora tenha reconhecido que a informação provavelmente não teria salvado do Rei do Pop. O julgamento entrou hoje na segunda semana.

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Cooper relatou suas conversas com Murray no dia em que Jackson morreu, dizendo aos jurados que ele disse a ela que havia apenas dado o sedativo lorazepam ao cantor.

Ao ser questionada pela defesa, ela declarou que se Murray tivesse mencionado o medicamento, a informação não teria permitido que a vida de Jackson tivesse sido salva, já que o cantor estava “clinicamente morto” quando chegou ao hospital. A médica retomou seu testemunho no processo por assassinato culposo contra Murray.

Murray, de 58 anos, declara-se inocente e seus advogados de defesa afirmam que Jackson injetou em si mesmo a dose do remédio que o vitimou, composta por sedativos e propofol, medicamento que costuma ser administrado em ambiente hospitalar.

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Já as autoridades dizem que Murray administrou a dose do medicamento que matou o cantor e agiu de forma imprudente ao fornecer a droga ao Rei do Pop como remédio para dormir.

A médica é a 12ª testemunha que os promotores convocaram para o julgamento, que deve durar cinco semanas. Os registros telefônicos do médico são a parte central da alegação da promotoria.

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Os promotores pretendem mostrar os registros das ligações telefônicas e e-mails de horas antes da morte do cantor para provar que ele estava preocupado com outras coisas – a aprovação de seu acordo para ganhar US$ 150 mil por mês para ser o médico particular de Michael Jackson, atender seus pacientes e às ligações de suas amantes.

Durante uma audiência preliminar, os promotores mostraram que Murray participou de três ligações telefônicas uma hora antes de sair do quarto de Jackson e pedir ao cozinheiro que buscasse ajuda.

Nesta segunda-feira, os promotores começaram a apresentar os registros telefônicos com a presença de um representante da empresa telefônica AT&T, que detalhou os documentos para os jurados.

A ordem de apresentação das testemunhas não foi divulgada. O juiz responsável pelo caso impôs uma ordem de sigilo na semana passada, que proíbe qualquer um dos lados ou porta-vozes de falar sobre o caso fora do tribunal. As informações são da Associated Press.