Acontece uma vez por ano e a oportunidade é a de descobrir produções de fora do eixo Rio-São Paulo que, de outra maneira, não passariam por aqui. Em sua quinta edição paulistana, o projeto Palco Giratório, do Sesc, traz 22 peças de 11 Estados brasileiros. A programação tem início hoje na Praça da Sé com a apresentação do espetáculo de rua “O Amargo Santo da Purificação”, com a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, de Porto Alegre. Até o dia 28, serão 45 apresentações em todas as unidades do Sesc da capital, além das cidades dos arredores, como Osasco, Grande ABC e Campinas.
Assim como nas edições anteriores, o evento envolveu curadores de todos os Estados do País, que indicaram montagens de destaque em suas praças de origem. É assim que devem passar por aqui trabalhos improváveis, como “Filhas da Mata”, uma criação da companhia O imaginário, de Porto Velho, Rondônia. “Na hora da seleção, sempre levamos em conta a representatividade da produção em cada região e a diversidade de linguagens, trazendo espetáculos de dança, teatro de rua, de animação”, comenta Sidnei Martins, um dos curadores do Sesc.
Martins explica que uma das principais novidades deste ano é o desdobramento do repertório de alguns grupos, que comparecem na mostra com mais de um espetáculo. “Achamos que seria interessante apresentar mais possibilidades estéticas e de linguagem de algumas companhias.” É o caso dos cariocas do Núcleo Bacatá de Teatro, inéditos em São Paulo, que levam ao Sesc Santana as montagens “Malentendido” (dias 25 e 26), adaptação do texto de Albert Camus, e “Ingrid” (dias 28 e 29), um monólogo que observa os conflitos sociais na Colômbia e na América Latina. Quem também traz dois trabalhos de dança é a Sua Cia., de Salvador, que interpreta no Sesc Ipiranga as coreografias “Ideias de Teto” e “Estudo da Lesma”. Além das encenações, o coletivo também participa de um workshop, no qual a coreógrafa Clara Trigo deve falar sobre as principais fontes de inspiração da companhia.
Da Região Sul vêm algumas das principais estreias deste Palco Giratório. De Curitiba, a cia. de Marcos Damaceno traz “Árvores Abatidas” (ou Para Luís Melo), que fará sessões (dias 5 e 6), em Mauá e São Caetano. Outra aposta da seleção é “Mi Muñequita”, trabalho do grupo Ponte Cultural Escritório de Produção, de Florianópolis que passa pelo Sesc Pompeia (dias 28 e 29). A peça é a primeira adaptação brasileira do texto do uruguaio Gabriel Calderón. Nela, o autor se vale do humor negro e do sarcasmo para abordar temas delicados, como pedofilia e violência contra crianças. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O Amargo Santo da Purificação
Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz (Porto Alegre/RS)
Hoje, 15 h, Pça da Sé; amanhã, 15 h, Pça do Patriarca; quinta, 15 h, Pça da Liberdade.
Árvores Abatidas (Ou Para Luís Melo)
Marcos Damaceno Cia. de Teatro (Curitiba/PR)
Quinta, 20h30, Teatro Municipal de Mauá; Sexta, 19h30, Centro de Educação e Integração Comunitário Cora Coralina.
Ingrid
Núcleo Bacatá de Teatro (Rio de Janeiro/RJ)
Sábado, 21 h, Sesc Pinheiros; domingo, 18 h, Sesc Pinheiros.