Projeto nacional busca novos negócios em festivais mundiais de cinema

O mês de fevereiro será agitado para o cinema nacional. Primeiro acontece o Festival de Curtas de Clermont-Ferrand (de 01 a 09 de fevereiro), na França. Depois vem o Festival de Berlim, na Alemanha (de 07 a 17 de fevereiro). Em Clermont, o Brasil será representado pelos filmes O Trópico de Cabras, de Fernando Coimbra, e ?O Som e o Resto?, de André Laquial. Em Berlim, o filme ?Tropa de Elite? concorre ao prêmio; são 26 filmes na disputa.

No Festival de Clermont-Ferrand, o Brasil leva à França pela primeira vez uma delegação para expor ao mercado externo possibilidades de negócio com a produção nacional de curtas. A missão é coordenada pelo programa Cinema do Brasil, criado em 2006, com o objetivo de desenvolver ações que contribuam para fomentar a internacionalização da indústria cinematográfica brasileira, o que inclui missões ao exterior.

Na França, a delegação brasileira cumprirá uma extensa agenda de encontros com diversos agentes de distribuição e produção. O programa levará ao Festival um catálogo especial com 45 filmes, 30 de produção recente e 15 considerados históricos e vencedores de diversos prêmios no Brasil e no exterior nos últimos 20 anos.

A missão na França é composta por diversas produtoras, que representam quatro estados. Neste ano o festival reúne 47 países. Após a participação na França, o Cinema do Brasil segue para a Alemanha, onde estarão presentes 25 produtoras brasileiras no 58º Festival Internacional de Berlim, um dos mais importantes do calendário.

A aposta dos organizadores do Cinema do Brasil é de que os contatos em Berlim se revertam em oportunidades de co-produção e exibição dos filmes brasileiros em outros países. Ações desse porte fortalecem ainda mais a produção cinematográfica do País que, em 2007, rodou 75 longas-metragens, com geração de cerca de cinco mil empregos diretos. Desde 2006, o mercado internacional gerou um volume de negócios de 43 milhões de dólares para o cinema brasileiro.

Sobre o programa

Criado em 2006, o programa Cinema do Brasil quer fortalecer o cinema nacional no exterior e também atrair novas oportunidades para o mercado brasileiro. Desenvolvido pelo Siaesp Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo, em parceria com a APEX Brasil -Agência de Promoção de Exportações e Investimentos, ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e o Ministério da Cultura, o programa tem 95 produtoras associadas de todo o País.

O programa Cinema do Brasil tem ações específicas junto aos festivais internacionais, onde cria possibilidades de negócios para as produtoras brasileiras nesses eventos. O mercado nacional, em contrapartida, está cada vez mais preparado para receber investimentos externos. Nos últimos anos, as empresas brasileiras otimizaram sua infra-estrutura e aprimoraram tecnologia, o que foi fundamental para atrair produções de outros países. No ano passado, o filme Blindness, de Fernando Meirelles, foi co-produzido com Canadá e Japão, e filmado, em parte, na cidade de São Paulo. O novo filme Incrível Hulk, de Louis Leterrier, também teve locações no Rio de Janeiro. A indústria cinematográfica nacional gerou cerca de 5 mil empregos diretos e movimentou mais de 40 milhões de dólares nos últimos dois anos.

?Em 2004, o Brasil produziu 40 longas; em 2007, a produção cresceu quase 100%, totalizando 75 filmes. E esse número deve ser ainda maior em 2008?, diz o presidente do projeto, André Sturm. 

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