Projeto de Nanini realiza diferentes projetos culturais

Disposto a encontrar um espaço onde pudesse ensaiar sem preocupações com horários, Marco Nanini e seu sócio na produtora Pequena Central, Fernando Libonati, encontraram, em 2007, um belo lugar na zona portuária do Rio, na Gamboa. Antiga dependência de uma pequena indústria têxtil, o espaço caiu como uma luva, mas logo se revelou capaz de realizar maiores ambições.

“Como o galpão era muito grande, resolvemos ocupá-lo também com algo que motivasse uma integração social com a região”, conta Nanini que, empolgado, criou, com Libonati, o Instituto Galpão Gamboa, hoje um centro singular que, além de abrir ensaios de novas produções, também é ponto de encontro dos moradores em atividades gratuitas ligadas à cultura e também ao esporte e educação. Assim, enquanto Nanini ensaia no teatro as cenas de Beije Minha Lápide, o edifício é ocupado por aulas de lutas como Muay thai e Jiu-jítsu, além de dança, ioga e, claro, teatro – um ateliê de figurinos capacita novos profissionais para a função.

Como espaço teatral, o Instituto estreou em 2010, quando recebeu a primeira exibição de Pterodátilos, montagem dirigida por Felipe Hirsch e encenada por Nanini e Mariana Lima. O sucesso motivou Nanini e Libonati a não apenas iniciar uma série de novas apresentações, como também variar criando mostras de danças e artes cênicas, além de abrigar shows de música popular.

Outro destaque do instituto é permitir a aproximação de espetáculos que habitualmente são montados em espaços mais distantes, nem sempre acessíveis para os moradores da Gamboa. Assim, em novembro, começa a 4ª edição do Gamboavista, projeto de ocupação contínua com a apresentação de grandes peças com preços populares. São 14 diferentes peças, além de três shows que serão apresentados até abril do próximo ano.

Apesar de consolidado como projeto cultural, o Instituto Galpão Gamboa ainda sofre para garantir subsídios governamentais e privados. Com um orçamento em torno de R$ 1,5 milhão por ano (boa parte bancada diretamente por Nanini), o instituto só consegue executar novos planos quando ganha editais ou utiliza leis de incentivo fiscal. “Poderíamos ampliar muito nossa variação de projetos se conseguíssemos mais apoio”, conta Libonati. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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