Foto: Divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva estará na inauguração.

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A 27.ª Bienal de São Paulo acabou, mas o projeto Eloisa Cartonera, coletivo argentino que produz livros a partir de material reciclado coletado por catadores de papel e que expôs seu trabalho na mostra internacional que terminou domingo, ganhou uma célula permanente no Brasil. Chamado Dulcinéia Catadora, o coletivo de seis pessoas, liderado pela artista plástica paulista Lúcia Rosa, vai ocupar uma sala do galpão do grupo Cata Sampa, que será inaugurado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje, na rua Teixeira Leite, 280, no bairro da Liberdade, em São Paulo, às 10h.

Fundado em Buenos Aires há três anos pelos artistas plásticos Javier Barilaro e Washington Cucurto, o grupo Eloisa Cartonera participou da 27.ª Bienal de São Paulo com uma oficina literária que produziu livros durante os dois meses da exposição no Pavilhão Ciccillo Matarazzo.

A artista Lúcia Rosa esteve em contato com os líderes do grupo argentino por um ano antes do início da Bienal para viabilizar o projeto deles na exposição paulistana e garantir que ele continuaria funcionando numa ?célula paulista?. O projeto argentino já foi exportado também para a Bolívia e para o Peru.

?Ampliaremos o alcance de nosso projeto construindo um espaço físico ideal para o Eloisa Cartonera. Assim como os livros, os materiais utilizados deverão proporcionar uma inclusão não só simbólica, mas também concreta. A exposição fria dos livros, por mais que sejam lindos, não faria o projeto crescer, perderia sua intenção primordial de intercâmbio?, explicou Barilaro.

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Após um diálogo com a Cooperativa do Glicério e o Movimento Nacional dos Catadores de Papel, a artista Lúcia Rosa assegurou um espaço cultural para o Dulcinéia Catadora no galpão, que fica na Liberdade. A extensão brasileira do Eloisa Cartonera publicará livros de jovens autores, expoentes da literatura marginal e da periferia, textos populares de contadores de histórias e repentistas, além de manter disponível um catálogo de obras de autores consagrados que cederam os direitos autorais de seus livros, como Glauco Mattoso e Manoel de Barros.

?Os catadores de papel estão muito felizes com a iniciativa. Isso transforma muitos deles em artistas e traz a arte para o espaço de vivência deles. O público poderá também submeter seus textos para a publicação e comprar os livros no próprio galpão do Cata Sampa?, explicou Lúcia.

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O evento de inauguração do espaço Dulcinéia Catadora acontecerá das 10h às 13h deste sábado, dia 23 de dezembro, no galpão Cata Sampa, na rua Teixeira Leite, 280, Liberdade.