Décadas depois de rechear a programação com diferentes shows de calouros anônimos, o SBT inverteu o jogo. No Esse Artista Sou Eu, que estreia dia 25 de agosto, às 23 horas, cantores conhecidos do público – alguns já afastados da função – e com anos de carreira darão a cara a tapa para um trio de jurados em busca da melhor performance e de um prêmio de R$ 50 mil. Os sete participantes vão interpretar figuras da música brasileira e internacional. Além da letra da canção, eles terão de dançar e usar a mesma caracterização dos colegas de profissão.
“Eu avisei que faria todos. Sou um cara muito desavergonhado”, conta em português com sotaque o mexicano Christian Chávez, cantor e ex-integrante da formação original da banda RBD, originada a partir da novela Rebelde, exibida pela emissora. Ele é o único estrangeiro do grupo, em que estão ainda a veterana Rosemary, Li Martins (a ex-integrante do Rouge e atriz de musicais), Syang, Vanessa Jackson (eterna vencedora do reality Fama), Marcelo Augusto e o herdeiro de Tim Maia, Léo Maia.
Apesar do elenco, que inclui artistas com carreiras não tão promissoras, o apresentador Marcio Ballas diz que o time escalado tem pessoas bem-sucedidas. “Cheguei a sugerir nomes e fiquei positivamente surpreso quando vi a lista. Não pensei que fossem conseguir pessoas que estão na ativa, pois o cara fica preso ao programa, tem de ter uma dedicação. E essa é uma galera que está fazendo show.”
Com passagem por outros programas de auditório, Ballas garante que a experiência do Esse Artista Sou Eu é diferente. “Eles têm de se superar a cada programa e você vê essa transformação. Alguns têm dificuldade de sair de si mesmos, pois eles não estão fazendo uma versão deles, estão interpretando outro artista.
Outros têm dificuldades para dançar”, analisa. “Algumas caracterizações demoram de quatro a cinco horas. As roupas nem sempre são confortáveis”, confessou Christian em conversa com o jornal O Estado de S.Paulo.
Exibido em mais de 50 países, o programa é um formato da Endemol, a mesma criadora do Big Brother. Por isso, um profissional da produtora acompanhou a versão nacional, alvo de disputa entre SBT e Globo. “Fiquei com medo no começo, mas ele me deu dicas legais. Nos primeiros países, eles viram o que funcionava”, relembra o apresentador. Ao final de cada apresentação, além do jurados, cada participante dá pontos para um rival. Eles também passam por um sorteio que define a performance da semana seguinte.
Entre as caras conhecidas do público estão também os jurados, os produtores musicais Miranda, Cyz Zamorano e Thomas Roth. “Estamos há oito anos juntos. Já fizemos o Ídolos, o Astros e o Qual É o Seu Talento?”, enumera Miranda. Conhecido por tirar sarro dos candidatos na TV, o gaúcho jura que manterá sua linha. “Continuo igual, falo o que dá na telha. Mas sem maldade.”
Mesmo com a convivência com cantores, por conta da profissão, Miranda afirma que ele e os colegas não vão proteger ninguém nos 13 episódios. “Cada um de nós conhece algum deles de outros carnavais, porém, isso não muda nada. Antes, avaliávamos o canto da pessoa. Aqui, é a interpretação.” Apesar de ter de reproduzir outros cantores, Christian Chávez faz graça ao analisar os brasileiros que fizeram a versão de sua banda, na novela da Record. “Como Rebelde, acho que não há um segundo.”