Normalmente de volta ao ar em abril, após o recesso de férias da grade fixa da Globo, o Profissão Repórter terá seu retorno antecipado para a noite desta terça-feira, 10. É a 7ª temporada do título como atração solo, com a conquista de um horário melhor – logo após o Big Brother, na segunda vaga, e não mais na terceira, da linha de shows das noites de terça. O programa de Caco Barcellos também terá mais espaço em cena, passando de dois para três blocos em cada edição. O assunto do dia? Água, claro.

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Caco não sabe precisar o que motivou a direção da Globo a ampliar seu investimento no Profissão, mas atesta que a equipe toda sempre reivindicou mais espaço e se sente contemplada com as novidades. Como a emissora não dá um só passo sem se apoiar em pesquisas, sugiro a ele que a avalanche de informações em voga hoje talvez gere nas pessoas justamente uma carência de curadoria. Afinal, com tanta notícia a bombardear o público, em que se deve de fato acreditar? Qual juízo de valor formar sobre assuntos tão comentados, mas não necessariamente aprofundados?

Caco concorda com o contexto. Nesse painel, a proposta de um programa capaz de consolidar a abordagem de assuntos mais prementes, com pontos de vista diversos, ganha relevância indispensável. “As pessoas querem fazer juízo das coisas e a reportagem é uma grande ferramenta, a gente não leva juízo, não leva opinião”, diz o jornalista ao jornal O Estado de S.Paulo. “A gente é o guerreiro da rua, tentando contar a história. Não estamos julgando nada. Desde o começo, acentuamos isso, o fato de olhar sobre a realidade, sob diversos pontos de vista. O programa oferece três eixos, como chamamos.”

Embora seja título solo há sete anos, o Profissão nasceu bem antes de ganhar vaga fixa na programação, ainda como quadro do Fantástico e com edições especiais. De lá para cá, cativou atenção e confiança do público. Num mundo em que qualquer um tem uma câmera de celular à mão, o Profissão é beneficiado por provas de denúncias e acontecimentos filmados pelos próprios personagens que aborda. “Temos uma sociedade cada vez mais bem informada, por várias plataformas, as redes sociais também são muito informadas. Isso ajuda também o espectador e eles nos ajudam muito a fazer o programa. Quando subimos em favela, no morro, hoje eu peço as peças, as provas de quem filmou, quem fotografou, e eles colaboram muito, Sobretudo, a gente que frequenta os lugares mais distantes, mais sensíveis, se tivermos uma denúncia mais segura, sem riscos de ser contestada, melhor. E depois que a gente vai embora, aquele assunto continua sendo alvo de atenção.”

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A cracolândia, por exemplo, alvo de mais de uma visita do Profissão, é um foco permanente da equipe, que acompanha a movimentação de personagens já mostrados pelo programa e sua recuperação – ou não. A pauta do ano ainda não prevê a produção de uma nova edição sobre o tema, mas, assim que isso vier a acontecer, os repórteres estarão a par daquele cenário.

Para o programa do dia, Caco vai à represa Billings, em tese uma esperança para a falta d’água, mas, na prática, superpoluída. “Como sempre, buscamos o olhar das pessoas que estão lá na ponta, se virando com essa situação”, explica Caco. “No Rio de Janeiro, temos uma reportagem impressionante que mostra as pessoas furando o chão, consertando vazamentos, na unha, rompendo asfalto, puxando a água em áreas em que a tubulação está seca, tudo improvisado, sem apoio oficial dos órgãos responsáveis. Furam o chão e depois cobrem. Aqui em São Paulo, passamos uma semana na Billings e nas margens ocupadas. Encontramos até um cemitério de carros roubados.”

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Na próxima semana, o programa dedica um olhar inédito sobre o carnaval, assunto que nunca registrou, já que, a essa altura do ano, estava em férias. Férias essas que a Globo resolveu encurtar, para a alegria do time de Caco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.