Retratar o litoral do Paraná e adaptar histórias para o cotidiano são os motores dos filmes de Cyro Matoso, cineasta autoditada de Paranaguá. As produções possuem características próprias e peculiares de Matoso, que começou a se aventurar na área há quase 35 anos.
Os filmes estão na Mostra Cyro Matoso, que acontece entre hoje e sábado na Cinemateca de Curitiba. A entrada é franca. Matoso produziu oito filmes, mas apenas cinco estão ainda preservados. Na abertura, a partir das 19h, será exibido o filme Aparição da Virgem do Rocio, com a presença de Matoso.
Além disso, haverá um comentário de Francisco Alves dos Santos e Fábio Allon, com o tema Paranaguá no olhar de Cyro – o cinema como resgate vivo da história.
Amanhã, a exibição será de O estranho mensageiro e Glasi e o King Kong; no sábado, O tesouro maldito dos piratas. Toda a programação conta com comentários sobre a obra de Cyro Matoso e o seu jeito de fazer cinema.
“Tudo o que ele cria é do zero, com uma estética muito própria e uma característica peculiar, até porque ele teve poucas referências. Cyro Matoso traz lendas e histórias populares, mescla fatos contemporâneos e traz para o dia de hoje. Ele acaba fazendo, sem querer, o registro de histórias que estão se perdendo”, comenta Bruno de Oliveira, cineasta e produtor da mostra, que também está produzindo um documentário sobre a obra e vida de Cyro Matoso.
Auditada, o morador de Paranaguá (paulista de nascimento) deu vida a um sonho de criança quando começou a fazer filmagens, primeiramente com Super 8 e depois com VHS.
Recentemente adotou o formato digital Mini DV. Tudo aconteceu – e ainda acontece – com recursos próprios e ajuda de amigos e empresários. Matoso é popular em Paranaguá, mas desconhecido no restante do Estado.
Atualmente, Matoso se dedica às gravações de um filme inspirado na parábola do Filho Pródigo. As filmagens devem terminar em fevereiro de 2010 e a produção deve ser apresentada em março.