Foi tudo muito rápido – em 1991, quando defendia seu filme Frauds no Festival de Cannes, o australiano Stephan Elliott foi consultado por um produtor se não teria à mão o projeto de um filme de baixo orçamento. Impressionado com a imagem do desespero de uma drag queen, cuja fantasia perdera as plumas durante o carnaval, Elliott, um prodígio que filma desde criança, teve uma ideia maluca: criar um roteiro a la Sergio Leone, mas ambientado na Austrália – e com transformistas.
Depois de duas semanas de trabalho febril, ele terminava o roteiro de Priscilla, A Rainha do Deserto, filme que faturou prêmios (levou o Oscar de figurino) e fez grande sucesso. “Especialmente no Brasil”, conta Elliott, que chega amanhã a São Paulo para a estreia de Priscilla, Rainha do Deserto – O Musical, sábado, no Teatro Bradesco.
Ele já se sente à vontade no Brasil: veio pela primeira vez em 1994, para o lançamento do filme no Rio. Lá, conheceu seu atual companheiro e, desde então, foram diversas viagens. “Inicialmente, fiquei preocupado com a reação dos brasileiros, pois temia encontrar aqui aquele espírito de machão latino”, disse Elliott à reportagem. “Mas, foi o contrário: o Brasil foi um dos países que mais bem receberam Priscilla.”
A expectativa é a mesma em relação ao musical, primeira produção da GEO Eventos – desde sua estreia, em 2006, em Sydney, o espetáculo já foi visto por mais de 2,5 milhões de pessoas. Com 27 integrantes no palco, conta a história de três drag queens que cruzam o deserto australiano dentro de um ônibus chamado justamente Priscilla. No caminho, Mitzi (Luciano Andrey), Felicia (Andre Torquato) e Bernadette (Ruben Gabira) brigam, reconciliam e se conhecem melhor até chegar ao seu destino, a cidade de Alice. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.