Priscila Fantin está empolgada com a sua primeira vilã

Depois do ritmo atropelado de Esperança, Priscila Fantin não esperava voltar tão cedo à tevê. Mas não resistiu à tentadora proposta de Walcyr Carrasco, autor de Chocolate com Pimenta: a possibilidade de viver sua primeira vilã, numa carreira composta por três boas-moças. A sedução foi tão imediata que ela não titubeou em abandonar pela metade uma viagem de férias pela Europa, de onde retornou a tempo de participar da primeira reunião de elenco da novela, em julho. “Todo ator tem de ter flexibilidade. A Olga é a mais difícil das minhas personagens, porque é a mais diferente e a que mais se afasta de mim”, garante, em seu tom habitualmente doce, que não deixa dúvidas sobre a distância em relação à petulante personagem.

Aos 20 anos, Priscila já sonhava mesmo com uma personagem “do mal”. Mas sua imaginação foi bem além da mimada Olga, que não poupa esforços para provar que é a melhor de todas, em qualquer situação. “Queria fazer uma assassina, uma psicopata, uma personagem bem louca”, revela, empolgada. Para começar, no entanto, ela julga que a malvada mocinha dos anos 20 do século passado está de bom tamanho. E tem dado trabalho suficiente. “Tenho de procurar o tempo todo a malícia, a frieza dela. É um processo complicado”, justifica.

Apesar da diferença em relação à boa-praça Tatiana, de Malhação, à descolada Joana, de As Filhas da Mãe, e à sofredora Maria, de Esperança, a atriz repetiu com Olga o trabalho de composição a que sempre recorreu. Observadora desde cedo – “fui daquelas crianças que ficam quietinhas num canto, olhando tudo de longe”, destaca -, Priscila aos poucos foi aprendendo a usar a antiga mania como inspiração para suas personagens. Hoje, ela mistura modos de andar vistos nas ruas a gestos das pessoas com quem costuma conversar e fragmentos guardados em sua memória. “Monto tudo como se fosse um jogo: aquele queixo sempre para baixo, o jeito de falar e andar já me trazem a personalidade dela”, explica.

Desencanada

Com a vilãzinha, no entanto, o processo ganhou um toque divertido. Priscila adora transformar em verdade para Olga tudo aquilo que nega em sua própria vida, como o culto exagerado à beleza. “Sou desencanada com aparência, mas, para a Olga, um elogio à sua beleza é a coisa mais importante do mundo. Ela dorme abraçada a um espelho”, exagera, aos risos. A diferença de personalidades chega a causar um certo remorso na atriz, que corre para abraçar Mariana Ximenes ao término de cada cena na qual “pisa” na pobre Ana Francisca. E Priscila é a primeira a sair em defesa da heroína da novela. “A Aninha é um exemplo, a menina que qualquer um queria ter como filha”, define, quase se desculpando pelas maldades de sua personagem.

A recepção do público, ela imagina, não vai ser das mais “calorosas”. Principalmente quando entrar no ar a segunda fase da história, quando Olga passa de uma garotinha mimada e cheia de vontades a vilã do mais alto quilate. Mas Priscila não se preocupa muito com o que as pessoas vão achar da personagem.

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