Nos próximos meses, Maria Flor incorpora a perfeita mocinha no horário das seis da Globo. Em Eterna magia, sua Nina tem a doçura, o romantismo, as roupas e os longos cabelos comuns às personagens de contos de fadas. Não falta sequer um lindo cavalo, companheiro inseparável da moça. Entre as lembranças que a atriz guarda da preparação deste novo trabalho, estão as aventureiras aulas de equitação. ?Comandar um bicho de 500 quilos e ao mesmo tempo se manter linda e bonita como se fizesse aquilo desde criança foi o mais difícil para mim?, confessa a atriz aos risos, ao contar que ficou com o corpo todo dolorido e roxo até conseguir dominar o animal. ?Quer dizer, até hoje não domino muito bem?, emenda.
Exceto pela apreensão em ter de se transformar em uma amazona de uma hora para a outra, a empolgação de Maria Flor com o novo trabalho é total. Ser uma das protagonistas não a amedronta. Ela prefere defender a idéia de que compartilha essa responsabilidade com Malu Mader, Thiago Lacerda e Cauã Reymond. ?Meu papel é muito relevante. Mas fico tranqüila ao saber que divido esse destaque com outros nomes de peso?, argumenta. Na trama, sua personagem Nina é irmã de Eva, interpretada por Malu, e namora com Conrado, de Thiago Lacerda. Lucas, de Cauã Reymond, nutre uma grande paixão por ela.
Toda a meiguice de Nina, no entanto, não perdura por muito tempo. Da primeira para a segunda fase da história, ela descobre que seu amado a traiu com a irmã. A ingenuidade dá lugar à maturidade e a personagem começa a usar seus dons mágicos, mas sempre como uma bruxinha do bem. E Maria Flor se identifica mais com esse segundo momento do papel. ?Tem mais a ver comigo, apesar de nunca ter passado por essa situação de roubarem meu namorado?, a atriz apressa-se em justificar, deixando a aparente timidez de lado.
Maria Flor só não consegue disfarçar o acanhamento quando é assediada pela imprensa. O que piora muito em época de lançamento de um novo trabalho. Ela diz que o lado mais penoso da fama é conceder entrevistas e posar para fotos. A atriz fala com jornalistas e sorri para fotógrafos, mas não se sente à vontade nessas situações. Prefere incorporar um personagem nos estúdios de gravação. ?Fico totalmente angustiada. Outros atores lidam muito melhor com isso do que eu?, garante. Segundo ela, seu maxilar chega a doer de preocupação em saber se o sorriso está bom ou não para tirar um retrato.
É o lado mais penoso da popularidade para uma atriz que surgiu na tevê em 2003, para fazer Malhação, integrou o elenco de Cabocla, em 2004, mas ganhou maior destaque no horário nobre da Globo, em Belíssima. Na novela de Sílvio de Abreu, Maria Flor interpretou Taís, garota enganada por bandidos que foi obrigada a se prostituir para sobreviver na Grécia. Um papel que não tem nada em comum com a Nina, de Eterna magia. Mesmo com uma carreira recente, Maria Flor comemora a possibilidade de encarnar personagens bem diferentes entre si e mostrar ao público o seu potencial para dar vida à qualquer tipo de figura. ?É bom não ficar marcada por um determinado tipo de papel. Mas, no meu caso, quando encerro um trabalho, desprendo-me imediatamente e fico de coração aberto para o que vem pela frente?, enfatiza.