Depois de uma edição marcada por polêmicas envolvendo uma mudança drástica no regulamento do mais tradicional prêmio do mercado editorial brasileiro e um embate, que foi para o lado pessoal, entre o então curador Luiz Armando Bagolin, que acabou renunciando, e pessoas do mercado descontentes com as alterações, o Prêmio Jabuti anunciou novas mudanças para a 61.ª edição.

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A principal alteração foi separação das categorias Infantil e Juvenil, que haviam sido unidas no ano passado – decisão muito criticada. Outra mudança anunciada agora é que livros de reportagem de documentário passam a integrar a categoria Biografia, e não mais Humanidades, que era muito ampla. Ou seja, agora eles têm mais chance de ganharem.

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A categoria Tradução sai do eixo Literatura e passa a ser encarada como uma área técnica ao ser incluída no eixo Livro. Assim, ela perde a oportunidade de concorrer ao Livro do Ano no Prêmio Jabuti.

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Coletâneas inéditas compostas por textos não inéditos devem ser inscritas, agora, em categorias que compõem o eixo Livro (capa, ilustração, impressão, projeto gráfico, etc.).

Criada no ano passado, a categoria Formação de Novos Leitores é ampliada e passa a abarcar iniciativas, de instituições diversas e até de editoras, que promovam a leitura.

Em outubro, o Jabuti revela os dez finalistas de cada uma das categorias. Cerca de 15 dias depois, e isso também é uma novidade, os organizadores revelam os cinco finalistas. Só no dia da premiação, em novembro, é que o vencedor será anunciado.

O valor dos prêmios é o mesmo do ano passado. O autor do melhor livro de cada categoria ganha R$ 5 mil e o troféu do Jabuti. O vencedor do Livro do Ano, escolhido entre os premiados das categorias dos eixos Literatura e Ensaios, ganha R$ 100 mil. Em 2018, quem ganhou foi Mailson Furtado, que autopublicou seu livro.

No ano passado, o Prêmio Jabuti recebeu a inscrição de 1.963 obras, o que representou uma redução de 15% em relação ao ano anterior, segundo os organizadores. Vale lembrar que entre 2017 e 2018 o número de categorias caiu de 29 para 18. Agora, elas são 19.

O curador do Jabuti 2019 é o editor Pedro Almeida. O conselho curador é formado por Mariana Mendes, Camile Mendrot, Cassius Medauar e Marcos Marcionilo.

Homenagem

A escritora mineira Conceição Evaristo de 74 anos foi escolhida como Personalidade Literária do Prêmio Jabuti. A ideia de anunciar seu nome com uma antecedência maior do que a dos outros anos é que isso motive editoras a relançar obras esgotadas, se for o caso, e para que elas possam trabalhar melhor seus livros.

Entenda os eixos e categorias do Prêmio Jabuti:

– Eixo Literatura (sete categorias): Conto; Crônica; HQ; Infantil; Juvenil; Poesia e Romance

– Eixo Ensaios (cinco categorias): Artes; Biografia, Documentário e Reportagem; Ciências; Economia Criativa e Humanidades

– Eixo Livro (cinco categorias): Capa; Ilustração; Impressão; Projeto Gráfico e Tradução

– Eixo Inovação (duas categorias): Fomento à Leitura e Livro Brasileiro Publicado no Exterior

Regulamento e inscrições

As inscrições para o 61.º Prêmio Jabuti foram abertas nesta quinta-feira, 16, e se encerram em 28 de junho. Concorrem livros publicados no Brasil, por editoras tradicionais ou de forma independente, em 2018.

O valor da inscrição vai de R$ 285 por livro para associados da Câmara Brasileira do Livro a R$ 430 para não associados. Autores independentes e associados a outras entidades do livro têm desconto. Os valores e o regulamento completo podem ser conferidos no site do Prêmio Jabuti. Inscrições e indicações para o júri também podem ser feitas no site, até o dia 16 de junho.