Pré-estreia de ‘Chico Xavier’ emociona plateia em Paulínia

Uma hora antes do horário marcado para a exibição do filme “Chico Xavier”, cinebiografia do médium mineiro, uma fila de mais de mil pessoas já contornava o Teatro Municipal de Paulínia, no interior de São Paulo. Com estreia nacional marcada para o dia 2 de abril, data em que Chico completaria 100 anos, o longa teve sua pré-estreia nacional anteontem, na cidade que serviu de locação para boa parte das filmagens. Na plateia, muitos choraram durante a exibição.

O filme foi exibido no mês passado para os familiares de Chico e moradores das cidades mineiras de Pedro Leopoldo e Uberaba, lugares onde ele viveu. No evento em Paulínia, estava presente boa parte do elenco, incluindo os atores Matheus Costa, que interpreta o médium na infância, de 1918 a 1922, Ângelo Antônio, Chico de 1921 a 1959, e Nelson Xavier, que vive o personagem de 1969 a 1975, além do diretor Daniel Filho.

A pré-estreia, que estava marcada para as 21h, só foi começar às 22h30, para aguardar a chegada do ator Ângelo Antônio, cujo voo estava atrasado. Antes, Daniel Filho subiu ao palco e agradeceu à população de Paulínia – muitos moradores participaram como figurantes, num total de 135 pessoas. “É muita gente. Para mim, todos foram atores, e não figurantes”, disse o diretor.

“Estou arrebatado pela memória de Chico. Foi tudo muito intenso e dentro do set sentia fortes emoções”, disse Nelson Xavier. Ateu durante boa parte da vida, Nelson disse, com a voz embargada e olhos marejados, que Jesus Cristo levantou uma das bandeiras mais revolucionárias da história, ao afirmar que deveríamos amar uns aos outros como a nós mesmos. “E foi assim que Chico viveu. Rigorosamente sob essa máxima. Interpretar uma pessoa como essa foi uma das coisas mais importantes da minha vida”, disse o ator, de 68 anos, com mais de 40 filmes e 20 novelas no currículo. Nelson não é mais ateu, mas não se diz espírita.

O longa evita cair na pieguice e mescla humor (Chico era extremamente bem humorado) e drama. Para intercalar infância, vida adulta e velhice, o roteiro usa como fio condutor as três entrevistas que Chico concedeu para o programa “Pinga Fogo” (até hoje uma das maiores audiências da TV), na década de 70, na TV Tupi. Também é explorada uma carta psicografada por ele, que ajudou a livrar da condenação uma pessoa que matou acidentalmente um amigo.

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