Em outubro do ano passado, Praça Paris venceu os prêmios de melhor atriz (Grace Passô) e diretora (Lúcia Murat) no Festival do Rio. A diretora é respeitada – memória da ditadura, tensões sociais são temas frequentes de seu cinema. Meio ano depois, o que talvez fosse premonitório ficou ainda mais real com a intervenção no Rio.
Paranoia, racismo e empoderamento feminino são ingredientes da história criada pela diretora com o autor de romances policiais Raphael Montes. O filme tece a ligação entre duas mulheres. Glória/Grace vem da comunidade e trabalha como ascensorista em universidade pública. Camila (a atriz portuguesa Joana de Verona) é psicanalista e integra programa comunitário da instituição.
Na apresentação do filme, no ano passado, Lúcia já dizia que o medo do outro é uma coisa tão perversa que pode transformar até pessoas bem-intencionadas em monstros. Glória é irmã de um perigoso bandido que está preso. Da cadeia, ele monitora a vida dela. Emocionalmente em frangalhos, Glória frequenta o consultório de Camila. A interação das duas expõe divergências. Emoções fortes.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.