Sempre desejei conhecer uma escola que atendesse aos portadores de necessidades especiais. Por intermédio de Wilton Ricardo Bini, formado em Educação Física pela Universidade Tuiuti, com aprofundamento no estudo dos portadores de necessidades especiais, especialista em Psicomotricidade, professor concursado e que atua na Escola Especial Santa Gemma Galgani Apae-Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, em Colombo, Região Metropolitana de Curitiba, tive a oportunidade de ter esta experiência Impar.
A escola, que existe graças à parceria entre estado, município e Apae, tem por objetivo principal a inclusão social através do trabalho especializado em saúde, transporte, educação, assistência social e lazer. Mas existem dificuldades, conforme narra o professor Wilton.
Jorge – Quais tipos de dificuldades você encontra em relação aos estudantes com necessidades especiais na Escola Santa Gema Galgani?
Wilton – A maior dificuldade não é com eles, mas com a falta de recursos materiais e de espaço físico.
Jorge – Dê exemplos.
Wilton – Faltam rampas e carteiras para os cadeirantes, falta uma quadra de esporte, faltam materiais para os professores, como bolas, blocos lógicos, entre outros.
Jorge – E quais são as dificuldades no trabalho em sala de aula?
Wilton – Tenho que repetir muitas vezes as mesmas coisas. É muito difícil para eles aprenderem a escrever e a ler. Existe o obstáculo, mas tenho que me aprimorar. O comportamento deles é bom, o problema está na falta de atenção ou de concentração, pois qualquer coisa é motivo de distração.
Jorge – A repetição os cansa?
Wilton – Não, pelo contrário, eles sabem até certo ponto que são limitados. Na verdade, eles gostam da rotina, da repetição, porque é assim que conseguem acertar. Eles se sentem felizes quando acertam.
Considerações
Nas duas horas que permaneci na escola constatei a dedicação do professor Wilton e a força de vontade dos estudantes. E como aprendi. Os portadores de necessidades especiais, com naturalidade, ensinam. Como? São persistentes, não desanimam porque erram uma, duas ou três vezes. Estão sempre dispostos para começar novamente, expressam-se com humildade, são alegres e extremamente sensíveis.
Identifiquei que os profissionais que atuam na Escola Santa Gemma Galgani, a exemplo do professor Wilton, são vocacionados para exercer suas tarefas. Estão no lugar certo. Parecem inspirados nos sofrimentos da santa que dá o nome à escola: Santa Gemma Galgani (1878-1903). Ela nasceu e viveu em Lucca, Itália.
Jorge Antonio de Queiroz e Silva é palestrante, historiador, pesquisador, professor. Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.
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